Nome Completo: Theodore Robert Cowell (Bundy)
Sexo: Masculino
Data de Nascimento: 24 de novembro de 1946
Local de nascimento: Vermont – EUA
Número de vítimas: 35 +
Motivo: Sexual/Sádico
Data da Morte: 24 de janeiro de 1989
Como morreu: Cadeira Elétrica
História
Theodore Robert Cowell nasceu em 24 de novembro de 1946 em uma residência para mães solteiras em Vermont, e nunca conheceu seu pai, descrito vagamente por Louise Cowell (mãe de Ted) como um segurança com quem ela saiu diversas vezes. A pobreza forçou Louise e seu filho recém nascido a viverem com seus rigorosos pais na Filadélfia, onde Ted passou os primeiros quatro anos de sua vida achando que Louise era sua irmã.
Uma manhã, bem cedo, quando Ted tinha apenas 3 anos, sua tia, 15 anos, acordou e encontrou-o levantando seus cobertores e enfiando facas de açougueiro na cama ao seu lado. “Ele apenas parou ali e sorriu”, ela comentou. “Mandei-o sair do quarto, levei as facas de volta para a cozinha e contei a minha mãe o que havia acontecido. Lembro-me de pensar naquela época que fui a única que achou isso estranho. Ninguém fez nada”.
Em 1950, Louise e Ted mudaram-se para Tacoma, Washington, onde ela conheceu e casou-se com John Bundy em maio de 1951. Apesar das boas notas na escola, a ficha de Ted estava cheia de observações de seus professores aludindo ao seu temperamento explosivo e imprevisível. Quando terminou a escola secundária, Ted era um masturbador compulsivo e um voyeur espreitando à noite, preso duas vezes pelas autoridades juvenis sob a suspeita de arrombamento e roubo de carro. Em 1967, aos 21 anos, Ted se apaixonou por uma garota de classe mais alta que a dele. Esquiavam, viajavam, um namoro como tantos outros. Foi o grande amor da vida de Ted, mas um ano depois ela o dispensou, rejeição da qual ele não se recuperou. Depois de perder o gosto pelos estudos e amargar uma depressão, tentou ainda manter contato com ela de forma obsessiva, mas a jovem não tinha mais nenhum interesse no relacionamento.
Para agravar sua precária situação emocional, foi nesse mesmo ano que Ted descobriu que sua irmã Louise na verdade era sua mãe e que seus avós não eram seus pais. Depois da descoberta tornou mais frio e com uma maior necessidade de estar no controle. Sua busca em ser o melhor em tudo parecia interminável, retomou os estudos e graduou-se em psicologia com honra ao mérito.
Em 1969, começou seu relacionamento com Meg Anders e foi morar com ela, mas continuava seus eventuais contatos com a primeira namorada. Começou a estudar direito, trabalhava em campanhas políticas para o Partido Republicano e em 1970 chegou a ser condecorado pelo Departamento de Policia de Seattle.
Em 1973, durante uma viagem para o Partido Republicano, Ted e a primeira namorada se reencontraram, na Califórnia. Fez de tudo para reconquistá-la e conseguiu, só para logo depois descartá-la da mesma maneira que ela havia feito com ele no passado. Meg Anders nunca soube do duplo relacionamento, e a moça da Califórnia não ouviu mais falar dele.
Os Crimes
Linda Healy foi a primeira vítima. Em 31 de janeiro de 1974, ela desapareceu de sua residência em Seattle, deixando lençóis ensaguentados e uma camisola manchada de sangue pendurada em seu armário. A várias quadras de distância a jovem Susan Clarke foi assaltada, agredida com cassetete em sua cama algumas semanas antes, mas sobreviveu aos ferimentos e se recuperou. Quanto a Linda Healy, 21 anos desapareceu sem deixar vestígios.
A polícia ainda não tinha nenhuma evidência persuasiva de qualquer padrão, mas este não demoraria a surgir. Em 12 de março, Donna Gail Manson, 19 anos, desapareceu a caminho de um concerto em Olympia, Washington. Em 17 de abril, Susan Rancourt, de 18 anos, desapareceu em seu caminho para assistir a um filme alemão em Ellensburg. Em 6 de maio, Roberta Parks, 22 anos, não voltou de um passeio tarde da noite na vizinhança de Corvallis. Em 1º de junho, Brenda Ball, 22 anos, deixou a Taverna Flame de Seattle com um homem desconhecido e desapareceu como se fosse no ar. Dez dias depois, Georgeann Hawkins, 18 anos, entrou para a lista de mulheres desaparecidas, perdida em algum lugar entre o apartamento de seu namorado e sua casa na irmandade em Seattle.
Agora os detetives tinham seu padrão. Todas as mulheres desaparecidas eram jovens, atraentes, com cabelos escuros na altura dos ombros e repartidos no meio. Em suas fotos, colocadas lado a lado, elas poderiam ser consideradas irmãs, algumas gêmeas. Os investigadores de homicídios ainda não tinham um corpo, mas recusavam-se a alimentar falsas ilusões de um final feliz para o caso. Havia tantas vítimas, e o pior ainda estava por vir.
Em 14 de julho, uma multidão reuniu-se nas areias do lago Sammamish para aproveitar o sol e esportes aquáticos de verão. Quando o dia terminou, dois nomes mais seriam anexados à crescente lista de mulheres desaparecidas: Janice Ott, de 23 anos e Denise Naslund, de 19 anos, cada uma desaparecendo da vista de seu grupo de amigo mas dessa vez a polícia possuía um tênue indício. Pessoas que passavam pelo local lembraram-se de ver Ott conversando com um homem que usava tipóia em um dos braços e escutaram-no apresentar-se como Ted. Com este relatório em mãos os detetives descobriram outras testemunhas femininas que foram abordadas por Ted no lago Sammamish. Em cada caso, ele tinha pedido ajuda para prender um barco a vela ao seu carro. As mulheres, com sorte, tinham recusado, mas uma tinha seguido Ted até o local onde seu pequeno Fusca da Volkswagen estava estacionado. Não havia sinal de barco a vela e sua explicação – que o barco teria que ser retirado de uma casa no alto da montanha – levantou suspeitas, induzindo-as a deixar o estranho.
A polícia agora tinha uma boa descrição de sua presa e de seu carro. Eles publicaram referências a Ted, inspirados em uma grande quantidade de chamadas relatando suspeitos, um deles referindo-se a um estudante de faculdade Ted Bundy. As autoridades verificaram cada indício a medida que o tempo permitia, mas Bundy era considerado “muito limpo”, um estudante de direito e um jovem republicano. Tantos telefonemas relatando suspeitos foram feitos por rancor ou simplesmente excesso de zelo, e o nome de Bundy foi deixado de fora como o de muitos outros, momentaneamente esquecidos.
Em 7 de setembro, caçadores encontraram um tumulo provisório em uma montanha arborizada, a muitos quilômetros do lago Sammamish. Foram solicitados registros dentários para finalmente identificar os restos de Janice Ott e Denise Naslund; o esqueleto de uma terceira mulher, encontrado com os outros, não pôde ser identificado. Cinco semanas depois, em 12 de outubro, outro caçador encontrou os ossos de mais duas mulheres no Distrito de Clark. Uma vítima foi identificada como Carol Valenzuela, 20 anos, desaparecida havia dois meses de Vancouver, Washington, na fronteira com Oregon, novamente a segunda vítima permaneceria desconhecida, registrada nos arquivos como “Jane Doe” (Nome dado à pessoa do sexo feminino não identificada). A polícia estava otimista, esperançosa de que a descoberta das vítimas levaria, no devido tempo, ao assassino, mas não tinha meios de saber que seu homem já havia escapado, movendo-se à procura de um terreno de caça mais seguro e de outras presas.
O terror chegou a Utah em 2 de outubro de 1974, quando Nancy Wilcox, 16 anos, desapareceu na cidade de Salt Lake. Em 18 de outubro, Melissa Smith, 17 anos, desapareceu em Midvale; seu corpo, estuprado e espancado, seria desenterrado nas montanhas Wasatch nove dias depois. Laura Aimeed, 17 anos, entrou para a lista de desaparecidos em Orem, em 31 de outubro, enquanto caminhava para casa, fantasiada para uma festa de Halloween. Um mês se passaria antes que seu corpo desfigurado e violado fosse descoberto. Um homem tentou raptar Carol Da Ronch em um Shopping da cidade de Salt Lake, em 8 de novembro, mas ela conseguiu escapar antes que ele pudesse colocar um par de algemas em seus pulsos. Naquela noite Debbie Kent, 17 anos, foi raptada de um auditório na escola secundária de Viewpoint, na cidade de Salt Lake.
As autoridades de Utah mantiveram comunicações abertas com a polícia de outros estados, inclusive Washington. Eles puderam observar que um suspeito de Seattle, Ted Bundy, freqüentava a faculdade em Utah, quando os desaparecimentos locais ocorreram, mas estavam procurando por um homem louco e não um estudante de Direito sóbrio e bem vestido que parecia ter conexões políticas em Seattle. Bundy estava sob suspeita, mas foi novamente esquecido.
Com o ano novo, o Colorado entrou para a lista de campos de caça para um assassino ardiloso que aparentemente selecionava as vítimas por seu estilo de cabelo. Caryn Campbell, 23 anos, foi a primeira a desaparecer de um alojamento de esqui em Snowmass, em 12 de janeiro; seu corpo estuprado e quebrado seria encontrado em 17 de fevereiro. Em 15 de março, Julie Cunningham, 26 anos, desapareceu a caminho de uma taverna em Vail. Um mês depois desse dia, Melanie Cooley, de 18 anos, foi dada como desaparecida enquanto andava de bicicleta em Nederland. Em 1º de julho, Shelly Robertson, 24 anos, foi acrescentada à lista de desaparecidas em Golden; seu corpo foi encontrado em 23 de agosto, descartado em um poço de mina.Primeira prisão
Em 16 de agosto de 1975, o Sargento Bob Hayward fazia uma patrulha de rotina próximo a Salt Lake County, quando avistou um veículo suspeito. Morador antigo da região, conhecia quase todo mundo ali, e nunca viu aquele fusca amarelo antes. Ao dar o sinal para que o motorista do veículo encostasse, este apagou as luzes do farol e acelerou mais. Hayward pôs-se a perseguir o veículo que finalmente encostou em uma parte da estrada. O sargento pediu a identificação e carteira de motorista, que mostrava Theodore Robert Bundy como o proprietário do carro. Ao verificar o interior do veículo, notou que não tinha o banco de trás, e ali identificou diversos itens suspeitos: uma barra de ferro, um par de meias de náilon com buracos para os olhos, uma máscara de esqui, cordas, algemas, fios, um picador de gelo, material para arrombamento. O porta-luvas revelou recibos de gasolina e mapas que ligaram o suspeito a uma lista de resorts de esqui no Colorado, incluindo Vail e Snowmass. Bundy foi imediatamente algemado e preso por suspeita de roubo.
Em outubro de 1975, Carol DaRonch foi convidada para fazer um possível reconhecimento no departamento de polícia de Utah. Em uma fila de sete homens reconheceu Bundy como o homem que a havia abordado em novembro passado e seu testemunho foi suficiente para indiciá-lo em uma acusação de tentativa de rapto.
Primeiro julgamento
Em 23 de fevereiro de 1976 Ted foi levado a julgamento pelo seqüestro de Carol DaRonch. Bundy se sentou de uma maneira relaxada no tribunal, confiante de que ele seria considerado inocente das acusações. Ele acreditava que não havia provas suficientes para condená-lo. Mas estava enganado. O juiz passou o fim de semana analisando o caso antes de entregar o veredicto. Dois dias depois, iria considerar Bundy culpado e então o condenar a quinze anos de prisão com possibilidade de condicional, por sequestro agravado e tentativa de homicídio. Na prisão, Bundy foi submetido a uma avaliação psicológica solicitada pelo tribunal. No livro “A Stranger Beside me”, Anne Rule, uma das psicólogas que o avaliaram disse que Bundy foi diagnosticado como "psicótico, neurótico, vítima de doença cerebral orgânica, alcoólatra, viciado em drogas, que sofre de uma personalidade desajustada, um tipo amnésia, depressivo, e com um desvio de conduta sexual. Os psicólogos concluíram que ele tinha uma forte dependência por mulheres, e deduziram que ele tinha um medo de ser humilhado em qualquer relacionamento com as mulheres."
Enquanto Bundy estava detido na Prisão Estadual de Utah, os investigadores tentavam coletar provas que o ligassem aos assassinatos de Caryn Campbell e Melissa Smith. Fios de cabelo encontrados em seu carro foram examinados por peritos do FBI, que concluíram que eram similares aos cabelos das vítimas. As marcas de ferimentos deixadas na cabeça de Campbell também combinavam com a barra de ferro encontrada no fusca de Bundy. No fim de 1976, ele foi formalmente acusado pelo assassinato de Caryn Campbell, no estado do Colorado.
Primeira fuga
Em 1977, aproveitando a transferência de penitenciária para o Colorado, onde aguardaria o próximo julgamento, Bundy solicitou licença especial para pesquisar na biblioteca da cidade de Aspen, uma vez que defenderia a si mesmo. Enquanto estava na biblioteca Bundy conseguiu saltar de uma janela aberta, ferindo seu tornozelo na queda, e fugiu para a liberdade. Facilmente ele conseguiu se ocultar entre os cidadãos comuns da cidade de Aspen. Essa fuga havia sido planejada por Ted já àlgum tempo. A Polícia de Aspen agiu rapidamente, criando bloqueios em torno da cidade, afim de manter Ted dentro dos limites da cidade antes que ele se escondesse nas montanhas, e de lá, fugisse para algum lugar distante. As autoridades lançaram uma enorme operação de busca pelo local, utilizando até mesmo cães farejadores, equipamentos de busca e cerca de 150 homens na esperança de recuperar Ted. Ele ficou em liberdade durante seis dias. Bundy precisava de um automóvel, o que lhe permitiria contornar as barreiras policiais e fugir para longe. Ele não podia se esconder em Aspen para sempre. Ted acreditava que estava destinado a ser livre. Bundy conseguiu encontrar um carro com as chaves na ignição . Mas dessa vez a sorte não estava do seu lado. Ao tentar fugir de Aspen, o veículo foi interceptado como sendo roubado, e Ted Bundy foi capturado outra vez. A partir de então, ele foi condenado a usar algemas nas mãos e grilhões nos pés enquanto conduzia sua pesquisa na biblioteca em Aspen. No entanto, Bundy não era o tipo de homem que gostava de ser amarrado.
Segunda fuga
Quase sete meses depois da fuga fracassada, Bundy tentou uma nova fuga, mas desta vez ele foi bem sucedido. Em 30 de dezembro de 1977, foi conduzido para uma outra cela do presídio Garfield County. Ele conseguiu identificar uma abertura de um duto de ventilação no teto que levava para dentro do armário de um zelador no almoxarifado. Ted se arrastou até lá, se sentou. Esperou tranqüilamente até ter a certeza de que o prédio estava vazio e, em seguida, saiu calmamente para fora pela porta da frente. Quando descobriram que o prisioneiro não estava em sua cela na Garfield County, ele já estava longe.
Em 1978, instalou-se na Flórida sob a identidade de Chris Hagen e alugou um apartamento de apenas um quarto em Tallahassee. Nessa cidade ninguém sabia nada sobre ele ou seu passado.
Novos crimes
Na noite de 14 de janeiro de 1978, invadiu a casa da Fraternidade Chi Ômega , vestido de preto e armado com uma pesada clave de madeira. Ali atacou Karen Chandler, de quem quebrou os dentes, a mandíbula e o crânio, além de esmagar-lhe os dedos e ter provocado vários cortes. Kathy Klein também foi atingida. Estava viva, mas em péssimo estado. Tinha lacerações e furos por toda a face, seus dentes estavam quebrados, a mandíbula fraturada em três locais e mostrava a marca de uma chicotada no pescoço.
Quando a polícia chegou ao local, constataram que Lisa Levy, 20 anos, e Margaret Bowman, 21 anos, estudantes moradoras da Fraternidade, estavam morta, elas foram atacadas enquanto dormiam. A necropsia revelou que Lisa havia sido espancada na cabeça com um pedaço de pau, estuprada e estrangulada. Sua clavícula esquerda estava fraturada. Encontraram também marcas de mordidas na sua nádega esquerda e no mamilo direito. Dentro da vagina da garota encontraram um frasco de spray para cabelo.
A necropsia de Margaret Bowman mostrou que ela havia sofrido os mesmos tipo de ferimentos fatais de Lisa, mas não tinha sido mordida ou estuprada, e sim estrangulada com uma cinta-liga, encontrada mais tarde no local do crime. Nem Lisa nem Margaret mostravam sinais de luta com seu agressor.
Naquela noite a polícia trabalhou bastante. Ainda quando atendiam as estudantes da Fraternidade Chi Ômega chegou outro chamado, de um local não muito longe dali. Outra moça fora atacada, Cheryl Thomas, que sobreviveu mesmo depois de sofrer cinco fraturas no crânio, fratura na mandíbula e deslocamento do ombro esquerdo. Ficou surda permanentemente e jamais voltou a conseguir manter o equilíbrio, por causa de danos neurológicos. A única evidencia válida que encontraram foi uma mascara de esqui aos pés da cama.
Em 6 de fevereiro, Ted roubou uma van e dirigiu para Jacksonville. Três dias depois, Kimberly Leach, 12 anos, desapareceu na vizinhança da escola; ela foi encontrada na primeira semana de abril, com seu corpo descoberto próximo ao Suwanee State Park. Alguns dias depois, Bundy aproximou-se da menina Leslie Parmenter, 14 anos, enquanto ela esperava que o irmão viesse buscá-la na escola. Ted disse ser do Corpo de Bombeiros e perguntou se a garota estudava na escola ao lado. Leslie era uma menina bem preparada para enfrentar a violência. Filha do chefe dos detetives da polícia de Jacksonville, estranhou o fato de o “bombeiro” estar trabalhando à paisana e não respondeu, mas anotou a placa do carro dele e foi embora com o irmão. Ao chegar em casa, contou toda a história para o seu pai, além de entregar a ele suas anotações. Ao checar a placa do veículo, o detetive James Parmenter descobriu que o carro era roubado e levou os filhos até a delegacia para que vissem álbuns de fotografias de procurados. Os irmãos reconheceram Ted Bundy logo que viram o seu retrato.
A essa altura dos acontecimentos, o criminoso já havia roubado outro carro, desta vez um fusca cor de laranja, e rumava para a cidade de Pensacola. Como em Salt Lake, anos antes, em 15 de fevereiro um patrulheiro local estranhou aquele carro rondando sua vizinhança e resoloveu verificar as placas por rádio. Quando soube que se tratava de veículo roubado, perseguiu-o até capturá-lo.
A equipe de investigação encontrou várias provas do envolvimento de Ted Bundy no assassinato de Kimberly Leach:
A van roubada foi encontrada e fibras da roupa do suspeito foram achadas ali.
Sangue do mesmo grupo sanguíneo da vítima no tapete do veículo.
Na roupa da menina, que havia sido encontrada junto ao corpo, foram constatadas manchas de sêmen do mesmo tipo sanguíneo do suspeito.
As pegadas que haviam sido moldadas a partir das marcas no solo do local do crime também combinavam perfeitamente com os sapatos que Bundy usava.
Julgamentos
Em 31 de julho de 1978, Theodore Robert Bundy foi acusado do assassinato de Kimberly Leach. Logo depois, foi acusado também pelas mortes de Lisa Levy e Margaret Bowman, da Fraternidade Chi Ômega.
Foram marcados dois julgamentos para Ted Bundy, o primeiro para 25 de junho de 1979 em Miami pelos crimes cometidos na Fraternidade Chi Ômega, e o segundo para janeiro de 1980 na cidade de Orlando pelo assassinato de Kimberly Leach.
Em Miami, Bundy defendeu-se sozinho. Era muito arrogante e autoconfiante em sua habilidade em convencer o júri de sua inocência, mas estava completamente enganado: o testemunho de Nita Neary, que o reconheceu com o homem que descia as escadas da Fraternidade com um pedaço de pau na mão, e o testemunho técnico do odontologista Dr. Souviron, destruíram suas mentiras. Enquanto depunha, o Dr. Souviron descreveu as marcas de mordidas encontradas no corpo de Lisa Levy e mostrou fotografias em escala natural, tiradas na noite do assassinato. As fotos foram comparadas com moldes odontológicos de Bundy, e combinavam nos detalhes únicos e individuais de cada ser humano. Para ele não havia nenhuma dúvida de que o autor daquelas mordidas em Lisa Levy era o réu.
Em 23 de julho de 1979, depois de quase sete horas de deliberação, o júri considerou Ted Bundy culpado. O réu ouviu seu veredicto sem nenhum sinal de emoção. Ele também foi considerado culpado dos ataques contra Kathy Kleiner e Karen Chandler. No estado da Flórida, é habitual o julgamento ser realizado separado da condenação. Uma semana depois, na audiência para sentenciamento, Louise Bundy foi ouvida e pediu pela vida do filho, mas de nada adiantou. Ele foi condenado a morte em cadeira elétrica.
Em 7 de janeiro de 1980, iniciou-se o ultimo julgamento de Ted Bundy, agora pelo assassinato de Kimberly Leach. Dessa vez ele não se defendeu sozinho. O trabalho foi feito pelos advogados Julius Africano e Lynn Thompson. A estratégia era provar a insanidade do acusado.
A promotoria não esperava dificuldades em condená-lo. Apresentou 65 testemunhas que conectavam o réu a vítima no dia de seu desaparecimento, conexão direta ou indireta.
Theodore Robert Bundy foi mais uma vez considerado culpado e condenado a morte em cadeira elétrica, mas não sem antes surpreender a todos na fase de definição da sentença. Ao entrevistar a testemunha de defesa Carole Ann Boone, os dois trocaram votos de casamento. Na Flórida, todo o acordo que se faz verbalmente sob juramento é suficiente para oficializá-lo, e réu e testemunha estavam agora casados legalmente.Apelações e execução
Demorou quase uma década para que a justiça fosse feita. Ted protelou sua execução com repetidas apelações frívolas que foram até a Suprema Corte dos Estados Unidos em Washington. Entre manobras legais, ele passava o tempo em entrevistas para a mídia, pequenas conversas na prisão com o colega sadista Gerard Schaefer e breves consultas com as autoridades de Washington no caso ainda não resolvido do “ Assassino de Green River”. A sorte e a vida de Ted acabaram em 24 de janeiro de 1989, quando foi executado, aos 42 anos. Na sua última refeição, comeu um filé, ovos, purê de batatas e café.
Suas últimas palavras foram dirigidas à sua mãe. Ele desculpou-se por ter infligido a ela aquela dor e disse que um lado seu estava escondido o tempo todo. Do lado de fora, uma multidão gritava “Frite, Bundy, Frite!”. Em Tallahassee e Jacksonville, os habitantes se levantaram na hora da execução para acenderem uma vela em comemoração à sentença justa para o homem que matara várias de suas meninas.
Por ironia, foi uma mulher de longos cabelos negros repartidos ao meio que baixou a chave que ligou a cadeira elétrica e deu fim à sua vida.
Casos não resolvidos
Anne Marie Burr, 9 anos. Desapareceu em agosto de 1961, em Tacoma, Washington. Sua casa ficava a apenas 10 quarteirões do garoto Ted Bundy, então com 15 anos, e Anne o seguia por toda parte. Acordou numa certa noite para dizer aos pais que sua irmã não estava se sentindo bem, e voltou para a cama. No dia seguinte, tinha desaparecido para sempre. A janela que dava para a frente da residência estava aberta.
Lonnie Trumbell, assassinada em 23 de junho de 1966, em Seattle, Washington. Foi espancada com brutalidade juntamente com sua colega de quarto. Não sobreviveu ao ataque.
Lisa Wick, atacada em 23 de junho de 1966, em Seattle, Washington. Era aeromoça da United Airlines. Foi atacada de forma ferroz, e só sobreviveu, provalvemente, porque dormia com os cabelos enrolados com grandes bobbies de espuma.
Rita Curran, assassinada em 19 de julho de 1971, em Burlington, Vermont. Está tímida moça tinha longos cabelos escuros, era professora de crianças deficientes e, nas férias, trabalhava de arrumadeira num hotel vizinho à casa onde Ted Bundy nasceu. Seu corpo nu foi encontrado por sua colega de quarto. Ela foi gravemente espancada, estrangulada e estuprada.
Katherine Merry Devine, tinha 15 anos e foi vista pela última vez em Seattle, Washington, em 25 de novembro de 1973 pegando uma carona rumo ao Oregon. Em 6 de dezembro de 1976, um casal que passeava no Parque McKenny deparou-se com o que parecia serem os restos mortais de uma pessoa. Chamou a polícia. Depois de examinada pelos médicos legistas, Kathy Devine foi identificada. Segundo o relatório da necropsia, morreu logo após iniciar sua jornada. A decomposição do corpo dificultou o estabelecimento da causa da morte, mas evidências sugerem que foi sodomizada e estrangulada. Também é possível que sua garganta tenha sido cortada. Sempre se acreditou que ela tivesse sido mais uma vítima de Ted Bundy.
Em 2002, quase trinta anos depois de seu assassinato e treze anos depois da execução de seu suposto assassino, está vítima foi oficialmente retirada da lista de pessoas mortas por Bundy. Exames de DNA efetuados em amostras de sêmen guardadas por três décadas ligaram o crime a outro condenado, William E. Cosden Jr., 55 anos. Cosden foi condenado em 1976 e cumpria sentença de quarenta e oito anos por estupro, em Washington.
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