Pages

terça-feira, 29 de julho de 2014

Edmund Kemper - Biografia




Nome Completo: Edmund Emil Kemper III
Sexo: Masculino
Data de Nascimento: 18 de dezembro de 1948
Local de nascimento: Califórnia - EUA
Número de vítimas: 10
Motivo: Sádico

História

Edmund Kemper nasceu na Califórnia, Estados Unidos, no dia 18 de dezembro de 1948 e era o filho do meio, tendo mais 2 irmãs, quando tinha apenas 9 anos seus pais se separaram. Ele que era muito apegado ao pai diz ter sido maltratado pela mãe depois da separação. Ela o deixava sempre trancado no porão.Ainda criança, Edmund já pensava em matar seus parentes, imaginava-se mutilando-os. Na prática, fazia isto com gatos, enterrando-os vivos e depois cortando suas cabeças. Foi morar um período com o pai que tinha se casado novamente, e tido outro filho. Sem querer ficar com Kemper, seu pai o devolveu à mãe pouco tempo depois, mas esta queria casar-se novamente e ele a atrapalharia. Resolveram mandá-lo para o rancho dos seus avós paternos. Mas estes também não lhe trataram tão bem quanto ele gostaria.Em agosto de 1964 Kemper atirava em pássaros. Sua avó paterna pediu para ele parar. Ele a atendeu: virou-se para ela e a acertou na cabeça. Deu ainda mais dois tiros. Iria arrastar o corpo quando escutou o barulho do carro do avô que chegava. Não lhe restou outra opção: acertou-o também. O rifle havia sido dado a ele de presente justamente por este avô, no Natal anterior. Kemper levou os corpos para a garagem e sem saber o que fazer, ligou para a mãe para contar o que havia acontecido. Ela o aconselhou a chamar a polícia, coisa que ele fez. Segundo os policiais, ele estava os esperando calmamente. Depois, teria afirmado que atirou na avó para ver como se sentiria e no avô para evitar que ele visse o que tinha acontecido. Kemper foi submetido à avaliação psiquiátrica e seu diagnóstico foi de esquizofrenia paranóide foi descoberto também que ele tinha um QI quase de gênio. Ficou internado por um tempo sendo acompanhado por psiquiatras.
Conta-se que na clínica Edmund memorizou as respostas corretas de inúmeros testes psicológicos, conseguindo, assim, sua libertação, aos 21 anos.

Livre Novamente

Saiu com recomendações de não voltar ao convívio da mãe, a sra. Clarnell, pois isto poderia gerar novos episódios de violência. Mas ele voltou para a casa dela. E, segundo ele, ela continuou a humilhá-lo. Segundo os vizinhos, sempre discutiam. Com outras pessoas, Kemper era polido. Quis entrar para a Academia de Polícia, mas era grande demais para isto. Contudo, ficou amigo dos policiais, que o chamavam de “Big Ed”. Teve uma série de pequenos empregos e saiu de casa, indo para uma cidade próxima. Voltava às vezes à casa da mãe, quando o dinheiro acabava. Logo comprou um carro. E então começou a passear e observar as garotas e a imaginar coisas diferentes das que os garotos geralmente imaginam. Para fazer o que tinha em mente, comprou facas e algemas. Observou umas 150 garotas, ele conta, até que um dia teve a urgência de fazer. Ele chamava estes impulsos de “little zapples”. Então, no dia 7 de maio de 1972, Ed deu carona a duas garotas estudantes do Colégio Estadual de Fresno, Mary Ann Pesce e Anita Luchese. Ed dirigiu até um caminho deserto. Quando as garotas começaram a questioná-lo, já assustadas, ele com tranqüilidade tirou uma arma de baixo do banco e mandou que ficassem quietas. Ed prendeu Anita no porta-malas. A menina chorava sem parar, mas logo o som ficou abafado.
Ed conduziu Mary Ann até o banco de trás do carro, deitou-a de bruços, algemada, colocou um saco plástico na cabeça dela e começou a estrangulá-la com uma tira de tecido. A menina, apavorada, lutava pela vida. Ed estava adorando a luta. Quanto mais ela lutava mais excitado ele ficava. Até que a garota furou o plástico e quase estragou seus planos. Frustrado, tirou do bolso sua faca e esfaqueou-a repetidas vezes até que parasse de se mexer. Por fim cortou sua garganta. Era hora de dar atenção a Anita.
Ed tirou a menina do porta-malas e começou a esfaqueá-la com uma faca maior ainda, matando-a rapidamente. Que sensação maravilhosa olhar para a cara dela enquanto fazia isso. Já tinha planejado todos os passos seguintes que executaria. Levou os dois corpos sem vida para sua casa, onde instalara uma mesa para dissecação, e começou seu trabalho com Mary Ann. Dissecou-a inteira, matando todas as suas curiosidades. Tirou fotos de todo o processo, depois enfiou os restos na sacola plástica usada para tentar sufocar Mary Ann e enterrou-a. Não se livraria das cabeças tão logo. Nem do corpo tão lindo de Anita. Primeiro desfrutaria do prazer de tê-las com ele, depois talvez as jogasse em alguma ravina por aí.
Na noite de 14 de setembro de 1972, Ed avisto Aiko Koo num ponto de ônibus. Parou o carro e ofereceu carona para a garota, que prontamente aceitou. Ela estava cansada de esperar o ônibus e atrasada para sua aula de dança. Numa curva, Aiko viu a arma de Ed. Entrou em pânico e tentou sair do carro. A porta não abria. Ed, com voz incisa e profunda, explicou que a garota não tinha nada a temer. A arma era para que ele se suicidasse, e se ela não fizesse nenhum sinal para a polícia ou pedestres, nada iria acontecer com ela. Aiko em silêncio, tremia de maneira incontrolável.
Ed dirigiu em direção as montanhas. Saiu da estrada principal, parou o carro e avançou para cima da garota. Tentou sufocá-la tapando sua boca e enfiando o polegar e o indicador nas narinas dela até provocar um desmaio. Quando ela despertou, Ed começou a sufocá-la outra vez. Deliciava-se observando todas as expressões, e esperou que ela parasse de respirar. Tirou-a do carro, deitou-a no chão e estuprou seu corpo ainda quente. Isso é que era prazer! Depois, para ter certeza de que estava morta, estrangulou-a uma vez mais, agora com o próprio lenço da menina. Quando estava totalmente seguro de sua morte, colocou o corpo no porta-malas do carro e saiu da cena do crime. No caminho para a casa da mãe, parou num bar local e tomou algumas cervejas. Toda hora parava o carro e admirava sua conquista. Tarde da noite, levou Aiko para sua cama e divertiu-se mais um pouco. Depois a dissecou do mesmo modo como havia feito com Mary Ann e Anita e saiu para jogar fora os restos mortais da vítima. Jogou as mãos e a cabeça em locais diferentes do resto do corpo.
Nas suas conversas com policiais no Jury Room, adorava ouvir os detalhes das investigações de seus crimes, entre uma cerveja e outra. Quase se sentia um deles, ao ser incluído na conversa e saber segredos que não saiam nos jornais. Adorou escutar de seus amigos que nunca relacionaram o desaparecimento de Aiko com o das suas primeiras vítimas. Por enquanto, tudo certo. Nos próximos quatro meses, vítimas de outros assassinos tiveram seus corpos encontrados na mesma área, mas jamais Ed Kemper foi considerado um suspeito pela polícia. Em 8 de janeiro de 1973, sentindo-se mais confiante, comprou uma arma calibre .22. Sua única preocupação era ser pego com o rifle, porque com seus antecedentes criminais não tinha autorização para andar armado. Sua próxima vítima foi Cindy Schall. Levou-a para as colinas de Watsonville, onde a matou com sua nova arma. A bala alojou-se no crânio dela. Ed, que havia acabado de se mudar para os fundos da casa de sua mãe, levou o corpo para seu quarto e esperou até que a mãe saísse para trabalhar. Então teve todo o tempo do mundo para fazer sexo com a garota sem correr o risco de ser descoberto.
Sem a mesa de dissecação que tinha em seu velho apartamento para trabalhar os corpos, que a mãe acharia uma mobília muito estranha, Ed ajeitou Cindy na banheira e dissecou-a. Teve muito cuidado para deixar tudo limpo, sem nenhuma pista. Removeu a bala do crânio da garota no quintal da mãe, acondicionou os pedaços esquartejados em vários sacos plásticos e jogou-os de um penhasco perto de Carmel. Desta vez, o corpo seria descoberto em menos de vinte e quatro horas, mas este fato não causou nenhuma preocupação a Ed. Ele foi cuidadoso ao extremo.
Na noite de 5 de fevereiro de 1973, Ed teve uma briga descomunal com a mãe. Ficou muito perturbado, pois sua vontade era esmurrá-la sem parar. Trancou seu apartamento nos fundos e saiu para a rua a esmo, pronto para caçar outra vítima.
A primeira caronista que entrou em seu carro foi Rosalind Thorpe. Conversaram animadamente, quando Ed parou para dar carona a outra moça, Alice Liu. Rodaram por algum tempo, e desta vez, Ed nem sequer parou o carro para matá-las. Chamou a atenção de Rosalind para a bela vista na janela do passageiro, enquanto sacava seu .22 e atirava na cabeça da moça. Sem perder tempo virou a arma para a perplexa Alice, atirando várias vezes. Diferente de Rosalind, Alice não morreu na hora. Ed teve de atirar nela de novo quando saíram da cidade, terminando o serviço. Parou o carro num beco sem saída e transferiu os dois corpos para o porta-malas. Ao chegar em casa, tirou os corpos do carro, decepou suas cabeças e guardou tudo no porta-malas. Na manhã seguinte, já na segurança de seu quarto, fez sexo com o corpo sem rosto de Alice. Também trouxe para dentro a cabeça de Rosalind, para extrair a bala alojada em seu crânio e eliminar qualquer pista. Jogou as partes esquartejadas dos corpos longe de Santa Cruz e dirigiu para longe, livrando-se das mãos e cabeças das vítimas.
Ed adorava passar as noites no Jury Room, onde constatava quão longe seus amigos estavam da verdade. Todas as conversas giravam em torno do que seria chamado de “Co-Ed Killer”. Ninguém imaginava que ele entrava no campus para escolher suas vítimas, com o adesivo-passe da mãe, que nada sabia.
Apesar de usar métodos variados para matar, ou seja, atirava, esfaqueava ou sufocava, sempre levava suas vítimas para casa.
Um dos dias em que Ed mais se divertiu foi quando compareceu a consulta com seu psiquiatra levando as cabeças das vítimas no porta-malas do carro. Adorava testar sua habilidade em fazê-lo acreditar que tudo estava bem, uma vez que já tinha aprendido a se comportar como uma pessoa normal. Ao longo de tantos tratamentos, sabia o que os profissionais de saúde mental esperavam que dissesse e descrevia seu dia-a-dia exatamente como eles queriam ouvir.
A mãe nem desconfiava da depravação de Ed. Se descobrisse, Ed não conseguia imaginar o que causaria a ela. Os gritos, os gritos... Ele a ouvia dentro de sua cabeça sem cessar. Pensou que lembrar de tudo isso só fizera sua raiva por ela aumentar. A mãe tão amada, tão odiada, tão desejável! Nenhuma de suas vítimas chegava perto de lhe proporcionar o prazer que sentia quando fantasiava sexo com sua mãe.
Ed levantou-se do sofá. Foi até lá fora e pegou um martelo-unha. Subiu vagarosamente as escadas em direção ao quarto da mãe. Silêncio, precisava de silêncio, mas não parava de ouvir os gritos. Como seria a cara de sua mãe na hora da morte? Seria diferente da dos seres humanos mortais? Seria ela mortal?
Ed abriu com cuidado a porta do quarto da mãe. Lá estava Clarnell, dormindo em paz, mesmo depois de tantas crueldades que dissera ao filho. Ed se aproximou e ajoelhou-se ao lado da cama. Observou-a por um tempo, lembrando mais um pouco o quanto a tinha amado e o quanto fora rejeitado por ela. Queria tanto que ela tivesse mais maternal, não tão manipuladora... Levantou os lençóis e observou seu corpo... Não, não podia ter aqueles pensamentos de novo, não agüentava a culpa de desejá-la tanto! Apertou a própria cabeça, tentando fazer com que os pensamentos incestuosos desaparecessem... Mas nada, nada conseguia parar o processo de desejá-la. Desesperado, Ed ficou de pé. Pegou o martelo com as duas mãos e tirou a vida da mãe antes de decapitá-la com um só golpe. Clarnell jamais soube quem a atacou. Pelo menos foi rápido e ela não sentiu nada, mas era incrível ver como ela era humana e vulnerável, como as outras.
Ed então, num ritual enlouquecido, deu vazão aos seus desejos. Estuprou o corpo sem cabeça da mãe até saciar-se por completo. Agora sim estava aliviado.
Mas como sempre, os gritos dentro de sua cabeça voltaram. Ed ainda ouvia os gritos da mãe por todo lado. Meu Deus, ela já não estava morta? Precisava acabar com aquilo. Desceu até a cozinha e pegou uma faca afiada. Subiu as escadas de dois em dois degraus, rápido, com pressa, antes que os gritos o enlouquecessem. Pegou desajeitadamente a cabeça da mãe no colo e arrancou de maneira rápida todas as cordas vocais. Enfim os gritos pararam de atormentá-lo.
Levantou-se e ajeitou o que sobrou da cabeça em cima da prateleira. Olhou para ela e, por fim, falou tudo o que tinha vontade sem ser interrompido. Depois, foi até seu quarto, pegou seus dardos e ficou por muito tempo acertando aquele alvo perfeito. Essa prática começou a fazer com que raciocinasse com clareza.
A polícia encontraria logo o corpo de sua mãe e as suspeitas não demorariam a recair sobre ele. Precisava disfarçar o acontecido sem perda de tempo. E se a polícia penssasse ser aquele o trabalho de um desconhecido, um doido qualquer? Mas só o corpo da mãe, ali, sem nenhuma explicação...
De repente uma idéia começou a formar-se em sua mente. Desceu correndo as escadas, pegou o telefone e discou para a casa de Sarah Hallet, a melhor amiga de sua mãe. Convidou-a para um jantar íntimo naquele dia, uma surpresa para Clarnell. Sem perda de tempo, arrumou a mesa para as duas.
Ao entrar, Sarah não teve tempo nem de pensar. Levou uma pancada na cabeça, foi agarrada por aquele enorme homem, que a estrangulou com as mãos até a morte. Ainda inseguro do resultado, Ed utilizou o lenço de Aiko para estrangulá-la mais um pouco. Finalmente deu-se por satisfeito.
Na manhã seguinte, ao acordar do transe em que caíra, ficou perturbadissimo com a cena que encontrou. Era domingo de páscoa. Ed entrou no carro de Sarah, deu a partida e começou a viajar sem rumo. Depois de um tempo abandonou-o num posto, alegando que precisava de reparos. Trocou de carro várias vezes, alugando diversas marcas e modelos, com medo de ser pego. Mesmo sem saber para onde estava indo, começou a alimentar a expectativa de ficar famoso por causa de seus crimes. Enfim o mundo saberia o quanto era inteligente...
Ed percorreu todo o caminho até Pueblo, Colorado. Parava para comprar jornais e assistir ao noticiário, esperando ouvir as notícias sobre sua façanha. Mas algo dera errado. Ed não estava se tornando famoso como esperava, nem sequer era suspeito de ter matado Clarnell e Sarah.
Sem perder mais tempo, alugou um quarto num motel e ligou para a polícia de Santa Cruz, dizendo-se responsável por oito crimes. Ninguém na polícia acreditou: “Pare de brincar, Big Ed, esta não é hora para trotes! Você não assiste à televisão? Não sabe o quanto estamos ocupados tentando pegar o assassino de sua mãe? Onde você se meteu, afinal?”
Para a polícia, Ed era só um moço que queria ser tira e vivia na delegacia perguntando detalhes sobre crimes. Ed teve que fazer diversas ligações para que acreditassem nele. Deu detalhes sobre os crimes que só o assassino conheceria, e informou sua localização. A polícia atravessou três estados para prendê-lo. Ele se sentou e esperou.

Sobre os crimes

Em seus depoimentos, Kemper admitiu guardar cabelo, dentes e pele de algumas vítimas como troféus. Também admitiu praticar canibalismo, dizendo preferir a carne da coxa de suas vítimas para fazer a caçarola com macarrão. Comia suas vítimas para que fizessem parte dele.
Várias cabeças de vítimas foram enterradas no jardim de sua casa, viradas de frente para o quarto de sua mãe, já que ela adorava “ser vista” por todos

O julgamento e a vida na prisão





Ed Kemper levou os policiais de Santa Cruz para todos os lugares que utilizava para se livrar dos corpos. James Jackson foi designado pela corte para ser seu advogado de defesa, e a ele só restou alegar que seu cliente não estava de posse das plenas faculdades mentais no momento dos crimes.
Várias testemunhas foram trazidas para depor e tentar estabelecer a insanidade de Kemper, mas o promotor destruiu o depoimento de cada uma. O Dr. Joel Fort, testemunha de acusação, foi quem fez o maior estrago na estratégia da defesa: afirmou que o réu não era paranóico esquizofrênico. Para tanto, utilizou-se de todos os registros referentes ao assassino desde o Hospital Psiquiátrico de Atascadero, além de entrevistas com o réu. Afirmou que Ed era obcecado por sexo e violência, tão carente de atenção que, durante o julgamento, tentara o suicídio cortando os pulsos com uma caneta esferográfica, mas de forma nenhuma insano. Fort também afirmou que, se Ed Kemper fosse solto, mataria outra vez o mesmo tipo de vítima.
Durante as três semanas que durou o julgamento, nenhuma testemunha, incluindo suas irmãs e os médicos de Atascadero, conseguiram convencer o júri de sua insanidade. Quando perguntado a que pena deveria ser submetido para pagar seus crimes, Ed respondeu:
- Pena de morte por tortura.
Os jurados deliberaram por cinco horas. Consideraram Edmund Kemper culpado de assassinato em primeiro grau nos oito crimes. Foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de condicional. Só escapou da pena de morte por, na época, ela ter sido abolida no estado da Califórnia.
Após uma rápida passagem pelo Vacaville Medical Facility, Kemper foi enviado para a prisão de segurança máxima de Folsom pelo resto de sua vida. Ele ainda está atrás das grades. Deu extensas entrevistas a Robert Ressler, na época trabalhando como agente do FBI, para ajudar na elaboração de perfis criminais de serial killers.
Em 1988, participou junto com o assassino em série John Wayne Gacy, de um programa via satélite onde cada um discutiu seus crimes. Como sempre, foi loquaz e explícito.
Na prisão, é considerado um serial killer genial, pois sem sua própria ajuda jamais teria sido preso e condenado. O quociente de inteligência (QI) dele é 145.
Hoje é considerado um preso modelo com um coração de ouro e utiliza seu tempo livre traduzindo livros para o braile.

Jonh Wayne Gacy - Biografia



Nome Completo: John Wayne Gacy
Sexo: Masculino
Data de Nascimento: 17 de março de 1942
Local de nascimento: Chicago - EUA
Número de vítimas: 33
Motivo: Sexual/Sádico
Data da Morte: 10 de maio de 1994
Como morreu: Executado por Injeção Letal

História

John Wayne Gacy nasceu em 1942 em Chicago, único filho entre duas irmãs. O pai alcoólatra moldaria seu caráter. Na vida adulta, assumiria várias características dele, tornando-os cada vez mais parecidos.
John Wayne Gacy, o pai, era guiado pelo medo de não ser bom o bastante (deficiência de percepção), sempre achava que os outros eram melhores que ele e o ultrapassavam na carreira profissional. Tinha um profundo desprezo por homossexuais e políticos. Para corrigir sua deficiência de percepção, o pai tinha de ser melhor que todos à sua volta, especialmente melhor que o seu filho.
Para justificar os abusos que Gacy, o pai, cometia contra o filho, sua mãe explicava a ele que o pai tinha um tumor crescendo no cérebro e que, quando se descontrolava, não devia ser enfrentado. Se ficasse muito nervoso, o tumor poderia se romper e causar-lhe a morte. Todas as refeições na casa da família Gacy eram regadas a briga. Após este “delicioso” encontro, o pai descia para o porão, onde se embebedava.
Muito cedo, acusou o filho de ser homossexual e o ridicularizava e diminuía por isso. Gacy filho era punido por qualquer coisa que o pai considerasse um erro. Nada do que fazia parecia suficiente para agradá-lo. Sua relação com a mãe e as irmãs, por outro lado, era bastante forte. A mãe também apanhava do marido, e dividia com o filho as dores e humilhações causadas pelas surras.
Apesar de ter como pai uma pessoa tão desagradável, o filho o amava profundamente e desejava conseguir sua aprovação e devoção a qualquer preço. Jamais conseguiu ter intimidade ou proximidade com ele, problema que o perseguiria por toda a vida e causaria as insônias incuráveis de que sofria.
Este assassino também tinha problemas físicos: aos 11 anos, em conseqüência de uma batida de um balanço na cabeça, originou-se um coágulo que só seria descoberto cinco anos depois. Aos 16 anos, depois de vários desmaios e hospitalizações do que pareciam ser ataques epilépticos, o coágulo foi descoberto e tratado com medicamentos. Jamais os médicos conseguiram convencer o pai de Gacy de que ele desmaiava de verdade, e não apenas fingia para chamar a atenção dos adultos.
Aos 17 anos foi diagnosticado portador de uma desconhecida doença cardíaca, o que causaria várias internações de Gacy durante sua vida, mas as dores que sentia jamais foram explicadas. Nunca sofreu um ataque cardíaco.
Na escola, mantinha relacionamento normal com os amigos, e seus professores gostavam bastante dele. Deixou os estudos depois do ensino médio e viajou para Las Vegas, onde peregrinou por diversos empregos, inclusive de zelador de funerária.
Casou-se em 1964 e teve dois filhos. Entre 1965 e 1967, John W. Gacy era um modelo de cidadão, ao mesmo tempo que colecionava jovens vítimas que adorava punir. Sua esposa e amigos estavam absolutamente despreparados para a prisão de John, em maio de 1968, sob a acusação de coação de um jovem a atos homossexuais espalhando-se por um período de meses. Aquelas acusações ainda estavam pendentes quando Gacy contratou um assassino adolescente para espancar a testemunha do promotor, e mais acusações foram registradas. Conseguindo uma negociação, Gacy confessou-se culpado de sodomia e outras acusações foram desconsideradas. Sentenciado a dez anos na prisão, ele provou ser um prisioneiro modelo e foi liberado em 18 meses.
Divorciado enquanto estava na prisão, tornou a se casar em 1972 e passou a viver em uma vizinhança de classe média do subúrbio de Dês Plaines, onde era popular com seus vizinhos e oferecia festas temáticas elaboradas para os feriados. Por outro lado ele foi ativo como Pogo, o Palhaço, representando com maquiagem completa em festas de crianças e eventos caritativos. Mas apesar da vida social intensa, problemas de interesse sexual pela esposa causaram mais um divórcio em 1976. Sua vida política ia de vento em popa, mas novas acusações por molestar um menor acabaram com seus sonhos de ascensão no Partido Democrata Americano.


Os Fatos

Em 11 de dezembro de 1978, Robert Piest, 15 anos, trabalhava em uma farmácia. Sua mãe tinha ido buscá-lo no horário de saída, mas o garoto pediu que ela aguardasse um pouco, pois antes de ir para casa, conversaria com um empreiteiro que lhe estava oferecendo um emprego. A mãe ficou por ali olhando as prateleiras pacientemente, torcendo pelo esforçado filho que tinha. Pediu que ele não demorasse pois o bolo de seu aniversário o esperava pronto, em casa. O tempo foi passando e Robert não voltava. Depois de sair e entrar na farmácia várias vezes sem conseguir encontrar o filho, a mãe do menino resolveu chamar a polícia.
O tenente Joseph Kozenczak respondeu ao chamado. Depois de ser informado de que o nome do empreiteiro que havia oferecido emprego a Robert era John Wayne Gacy, resolveu ir até a casa dele para verificar. Já fazia três horas que o garoto estava desaparecido.
Quem atendeu à porta foi o próprio empreiteiro. O tenente explicou-lhe sobre o garoto que desaparecera e pediu que o acompanhasse até a delegacia, para prestar depoimento. Gacy disse ao tenente que não podia sair de casa naquele momento, pois havia acontecido uma morte na família e ele precisava atender a algumas ligações telefônicas. Assim que pudesse, iria até lá.
Horas depois, em seu depoimento para o tenente Kozenczak, o empreiteiro John Wayne Gacy disse nada saber sobre o desaparecimento do tal menino, mas assim que o homem saiu da delegacia, o policial resolveu checar o passado dele. Surpreendentemente, sua ficha criminal se encaixava com perfeição no caso.
Quanto mais pesquisava sobre a vida de Gacy, mais espantado o tenente Kozenczak ficava. Tratava-se de homem de grande prestígio na cidade e ninguém parecia saber de seus antecedentes. Era membro do Conselho Católico Inter-Clubes, membro da Defesa Civil de Illinois, capitão-comandante da Defesa Civil de Chicago, membro da Sociedade dos Nomes Santos, eleito homem do ano, Jaycee (Membro da Câmara de Comércio Jovem) e tesoureiro do Partido Democrata. Muitos de seus amigos tinham ouvido boatos sobre sua homossexualidade, mas não deram muita atenção, pois Gacy fora casado duas vezes e tinha um casal de filhos.
Era proprietário de uma empreiteira, PDM Contractors Incorporated, que executava serviços de pintura, decoração e manutenção. Gacy sempre contratava menores de idade, alegando que os custos eram mais baixos.
De posse de todas essas informações, confuso e desconfiado, o tenete Kozenczak obteve um mandado de busca para a casa do suspeito. Ele acreditava que encontraria Robert Piest ali. Encontrou muito mais...
Ao vasculhar a residência do empreiteiro, a polícia se deparou com várias evidências suspeitas:

· Anéis gravados, alguns com iniciais
· Sete filmes eróticos suecos
· Vários comprimidos do sedativo Valium e nitrato de amido
· Fotos coloridas de farmácias
· Livros sobre homossexualidade
· Um par de algemas com chaves
· Uma tábua com dois buracos de cada lado, de uso desconhecido
· Uma pistola
· Emblemas da polícia
· Um pênis de borracha preta
· Seringas hipodérmicas
· Roupas muito pequenas para serem de Gacy
· Um recibo de filme fotográfico da Farmácia Nisson (que depois descobriria ter pertencido a Robert Piest)
· Uma corda de náilon
· Duas licenças de motorista, não no nome de Gacy
· Maconha e papeis para enrolar baseados
· Um canivete
· Uma mancha no tapete
· Um livro de endereços

Três automóveis também foram confiscados. Em um deles, encontraram-se fios de cabelo que, depois de examinados por um laboratório forense, seriam identificados com de Robert Piest.
Durante todo o tempo em que recolhiam essas evidências, os policiais sentiam odores muito fortes, que pareciam vir de baixo da casa. Era provável que se tratasse de esgoto ou água servida, mas não custava verificar. A casa de Gacy foi construída de forma a ter um espaço entre o chão e a laje do piso, onde uma pessoa só conseguiria entrar rastejando. Além do odor, nada chamou a atenção.
John Gacy foi intimado a comparecer à delegacia para explicar os objetos encontrados em sua casa. Convocou seu advogado imediatamente. Foi acusado por porte de maconha e do sedativo Valium, mas a polícia não tinha mais nada contra ele. Tiveram de liberá-lo, mas mantiveram vigilância vinte e quatro horas sobre o suspeito.
Outras novidades começaram a aparecer no caso de John Gacy.
Em março de 1978, Jeffrey Ringall, na época com 27 anos, pegou uma carona num Oldsmobile preto. O motorista, homem grande e pesado, era bastante simpático. No meio do trajeto, sem nenhum aviso de que algo ameaçador estava para acontecer, o homem agarrou-o, colocando sobre seu nariz um pano encharcado com clorofórmio. Ringall perdeu a consciência. Durante o caminho, acordou algumas vezes, mas logo era obrigado a cheirar mais clorofórmio e perdia os sentidos.
No dia seguinte, quando recobrou a consciência, estava completamente vestido embaixo de uma estátua, em pleno Lincoln Park. Não fazia a menor idéia de como tinha ido parar ali. Foi até a casa da namorada, sentindo-se muito mal. Ao tirar a roupa, não puderam acreditar no que viam: lacerações na pele, queimaduras, hematomas. Ringall ficou internado no hospital durante seis dias e sofreu estragos permanentes no fígado causados pelo clorofórmio que inalou em grande quantidade. Ao ser interrogado pela polícia, aquela vítima só se lembrava de que um homem gordo o havia atraído para seu carro, um Oldsmobile preto. Lembrava-se também de ter sido levado a uma casa, onde foi atacado sexualmente e espancado com um chicote, mas não recordava a localização dela. Ficou difícil para a polícia investigar com tão poucos dados.
Já em dezembro do mesmo ano, inconformado com a situação, Ringall jurou encontrar seu abusador. Forçando a memória, lembrou-se de ter visto uma certa avenida no caminho, num dos breves momentos em que esteve consciente dentro do carro. Não teve dúvidas: pegou o próprio carro e estacionou-o na avenida por horas, todos os dias, até ver passar um Oldsmobile preto. Seguiu-o até a casa do motorista, obteve o nome do morador e entrou com uma queixa-crime de ataque sexual contra John Wayne Gacy.
Os exames forenses nos artigos recolhidos como evidência na casa de Gacy também começavam a frutificar. Um dos anéis encontrados pertencia a John Szyc, desaparecido em janeiro de 1977. Teoricamente, ele havia vendido seu carro para o empreiteiro dezoito dias depois de seu desaparecimento. A assinatura no documento do carro era falsa.
Também descobriram, nas investigações, que vários empregados de John Gacy haviam desaparecido:

John Butkovich, 17 anos, empregou-se na PDM Contractors para financiar sua paixão por carros. Dava-se muito bem com Gacy, até que este se recusou a pagar-lhe duas semanas de serviço. Butkovich foi até a casa do empreiteiro para cobrá-lo, acompanhado de dois amigos. Tiveram uma grande briga. O garoto ameaçou seu empregador, dizendo que procuraria as autoridades competentes para contar que ele sonegava imposto. Gacy ficou furioso. Butkovich e seus amigos deixaram a casa, ele deixou cada colega em sua respectiva residência e desapareceu para nunca mais ser visto.
Michael Bonnin, 17 anos, gostava de fazer serviços de carpintaria e sempre se mantinha ocupado fazendo diversos projetos. Em junho de 1976, no caminho para encontrar o irmão de seu padrasto, desapareceu. Estava restaurando um toca-disco automático para John Wayne Gacy.
Billy Carroll Jr., 16 anos, com vários antecedentes criminais menores, passava a maior parte do tempo nas ruas da área residencial da cidade. Fazia dinheiro arrumando encontros entre meninos homossexuais e clientes adultos, por uma pequena comissão. Desapareceu em 13 de junho de 1976. John Wayne Gacy era um de seus clientes.
Gregory Godzik, 17 anos, trabalhava na PDM Contractors e restaurava carros. Em 12 de dezembro de 1976, depois de levar a namorada à casa dela, disse que iria para casa. No dia seguinte a polícia encontrou seu Pontiac abandonado. Nunca mais foi visto.
Robert Gilroy, 18 anos, desapareceu em 15 de setembro de 1977. Seu pai, um sargento da polícia de Chicago, começou a procurá-lo assim que ele não compareceu a um encontro com colegas para andar a cavalo. Sua busca não resultou em nada. Jamais encontrou seu filho.
A polícia também descobriu que o recibo de filme da Farmácia Nisson era de um colega de trabalho de Robert Piest, que havia entregado a ele no dia de seu desaparecimento para que fosse revelado. Resolveram investigar de novo a casa de Gacy, que, pressionado, acabou confessando que matara uma pessoa, mas que o crime fora em legítima defesa. Fez um mapa para os investigadores, assinalando um local na garagem onde havia enterrado o corpo.
Antes de cavarem o local marcado, acompanhados de um legista, este identificou o cheiro terrível e pediu a verificação do espaço embaixo da casa do empreiteiro. Não demoraram para desenterrar três corpos em decomposição, e jamais a polícia imaginou a magnitude do que seria encontrado ali.
Gacy foi o responsável por 33 vítimas de tortura e assassinato. Quando o chão de sua casa foi removido, vários corpos em covas rasas foram encontrados. Para evitar a decomposição, Gacy os cobrira com cal. Acabou fazendo um meticuloso mapa para a polícia, indicando com precisão 27 corpos ali enterrados. Outros dois cadáveres foram encontrados embaixo do chão da garagem. No rio Des Plaines em Illinois também foram encontradas vítimas, pois Gacy explicou a polícia que começou a jogá-las ali por não ter mais local disponível para enterrá-las em sua casa. Também justificou que sofria de constante dor nas costas, que o impedia de cavar tanto.
O corpo de Robert Piest só foi encontrado em 1979, no rio Illinois. Na sua necropsia, ficou comprovado que ele morrera sufocado com toalhas de papel, cujos restos ainda foram encontrados em sua garganta. A família do garoto processou Gacy, o Departamento Condicional do Estado de Iowa, o Departamento Correcional e o Departamento de Polícia de Chicago para obter uma indenização de 85 milhões de dólares por procedimento negligente.
Apesar de todos os esforços e métodos utilizados para a identificação das vítimas, apenas nove corpos foram identificados, de um total de 33 encontrados. Hoje, com a possibilidade de exames de DNA, tudo seria mais fácil.
Gacy atraía as vítimas para sua casa com promessas de emprego em construção civil ou pagamento em troca de sexo. Uma vez ali, eram algemados para a demonstração de um truque: a pessoa não podia mais se soltar!
A maioria de suas vítimas sofria ataque sexual, era torturada e estrangulada com uma corda apertada vagarosamente por intermédio de uma machadinha, no estilo garrote. Gostava de ler passagens bíblicas enquanto fazia isso. Quase todos os garotos morreram entre 15h e 18h. Algumas vezes, Gacy se vestia como seu alter ego, o palhaço Pogo, enquanto torturava suas vítimas. Para abafar os gritos delas, colocava uma meia ou cueca na boca delas. Essa era sua assinatura: todas as suas vítimas tinham as roupas de baixo na boca ou na garganta. Em certas ocasiões, chegou a matar mais de uma vítima no mesmo dia.
Também contou à polícia que guardava o corpo da vítima sob a cama ou no porão antes de enterrá-lo embaixo da casa. Segundo ele, seus crimes eram cometidos por sua outra personalidade, que ele mesmo chamava de Jack Hansen. Este argumento nunca ficou comprovado pelos 13 psiquiatras que testemunharam em seu julgamento.
Em seus depoimentos para a polícia, John Gacy alegou que havia quatro Johns: o empreiteiro, o palhaço, o político e o assassino. Muitas vezes, durante seu depoimento, ao ser questionado sobre algum detalhe dos crimes, ele respondia: “Você tem de perguntar isso a Jack.” Ao terminar o diagrama do local onde estavam enterrados os corpos, embaixo de sua casa, Gacy dramaticamente desfaleceu. Ao acordar, disse que Jack havia feito o diagrama.
Declarou lembrar-se, e de forma incompleta, de apenas cinco dos assassinatos que cometera. Alegava que mesmo essas memórias não pareciam ser dele, e sim de outra pessoa. Ele era apenas uma testemunha. A grande maioria dos assassinos hediondos alega ter múltiplas personalidades, como meio de escapar da pena de morte. Por esta razão, essas alegações são vistas com ceticismo pelos médicos, advogados e policiais.
Nos testes psicológicos a que foi submetido pelo Dr. Thomas Eliseo, ele se negou com veemência a desenhar um corpo humano do pescoço para baixo, como se fosse algo ruim ou de que devesse se manter longe.
Quando examinado pelo Dr. Robert Traisman, Gacy foi mais cooperativo e desenhou o corpo todo. Em sua análise, achou significativo o fato de o paciente desenhar a mão esquerda cheia de detalhes e a mão direita muito pequena, coberta com uma luva. Sua explicação para isso no tribunal foi que o lado direito era seu lado masculino, enquanto o esquerdo simbolizava o feminino. Interpretou esse desequilíbrio como se Gacy tivesse dificuldade na sua identidade sexual. Ao desenhar uma figura feminina para o mesmo psicólogo, esta foi considerada “maciça, com aparência masculina e braços de jogador de futebol americano.” A figura feminina usava um cinto de duas voltas, as pontas caindo sobre sua área genital, o que o Dr. Traisman considerou “um óbvio símbolo fálico, sugerindo forte ansiedade sexual.”
Quando solicitado a desenhar qualquer coisa de sua escolha, Gacy desenhou sua própria casa, com os tijolos detalhados em excesso, tudo reproduzido fielmente. Para o Dr. Traisman, isto refletia uma “tremenda compulsão e perfeccionismo.”
Todos os sete psiquiatras que examinaram Gacy para seu julgamento concordaram que ele era inconsistente e contraditório, mas nenhum deles o diagnosticou como portador de múltiplas personalidades. Nenhum deles achou que ele era incapaz para ser julgado.
O Dr. Lawrence Freedman diagnosticou-o um pseudoneurótico esquizofrênico paranóico. Disse que Gacy era um homem que não tinha certeza de quem era, e de tempos em tempos manifestava diferentes aspectos de sua personalidade.
O Dr. Richard Rapport o descreveu como portador de uma personalidade fronteiriça e que, invariavelmente, tudo o que dizia apresentava dois lados.
O Dr. Eugene Gauron diagnosticou Gacy como um sociopata.
O Dr. Robert Reifman o considerou narcisista e mentiroso patológico.
O julgamento de John Wayne Gacy teve início em 6 de fevereiro de 1980 em Chicago, Illionois.
Mais uma vez num caso envolvendo crime em série a defesa do assassino alegou insanidade e a acusação, sanidade, maldade e premeditação.
A acusação iniciou os trabalhos, por intermédio do promotor Robert Egan. Foram ouvidas 60 testemunhas sobre sua sanidade mental. Muitos psiquiatras também testemunharam sobre a sanidade réu durante os ataques mortais. Todos concluíram que ele estava na total posse de suas faculdades mentais quando de seus atos, e que saiba muito bem diferenciar o certo do errado.
A primeira testemunha de defesa, composta pelos advogados Motta e Amirante, chamada para depor, para surpresa de todas, foi Jeffrey Ringall. Esperava-se que ele fosse testemunha da acusação, e não da defesa. Seu testemunho foi curto. A acusação queria que ele dissese ao júri que achava que Gacy não tinha o menor controle sobre suas próprias ações. Enquanto contava os detalhes do ataque sexual e tortura que sofrera, Ringall começou a vomitar de modo incessante e a chorar, descontrolado. Seu depoimento foi interrompido, ele não tinha condições emocionais de continuar.
Para provar a insanidade de Gacy, seus advogados chamaram amigos e família para depor. Sua mãe contou como ele havia sofrido abusos físicos e verbais do pai. Suas irmãs disseram ter presenciado as inúmeras vezes em que foi abusado e humilhado. Outros que testemunharam em sua defesa contaram ao júri como ele era generoso e bom, ajudava os necessitados e sempre tinha um sorriso para todos. Alguns depoimentos acabaram atrapalhando a defesa de Gacy, pois seus amigos se negaram a declarar que o achavam insano, e sim homem dotado de uma inteligência brilhante.
Outros psiquiatras foram chamados para dar seu próprio diagnostico. Todos declararam que Gacy era esquizofrênico e sofria de múltiplas personalidades e comportamento anti-social. Declararam que sua doença mental o impedia de perceber a magnitude de seus crimes.
Demorou apenas duas horas de deliberação para que o júri decidisse em quem acreditar: John Wayne Gacy foi considerado culpado da morte de 33 jovens e recebeu pena de morte por injeção letal.
Foi mandado para o Menard Correctional Center, em Chester, Illinois, onde, depois de anos de apelações, foi executado.

Os anos na prisão

Durante os catorze anos em que ficou preso, Gacy teve a mesma rotina: acordava às 7h, esfregava o chão de sua cela de 1,80 por 2,5 metros, olhava sua correspondência volumosa e trabalhava em suas pinturas. Ao ir para a cama, às 3h da madrugada, já tinha anotado cada ligação telefônica, visitantes (mais de 400) e cartas recebidas (27 mil), assim como cada pedaço de comida que ingerira. Estas anotações haviam se tornado uma obsessão.
Na prisão dedicou-se em demasia à pintura artística. Seu tema principal eram palhaços, e muitas pessoas pagaram caro para obter algumas de suas telas. Seus quadros foram exibidos em galerias por toda a nação americana. Gacy pintou vários auto-retratos, palhaços, Jesus e Hitler, chegando a vender cada tela de 100 dólares até 20 mil dólares. Pintava também artistas pop, como Elvis Presley, e personagens Disney, como Roger Rabbit e Branca de Neve e os Sete Anões. Criminosos notórios também foram retratados, como Charles Manson, Al Capone e John Dillinger. Chegou a ganhar perto de 140 mil dólares com sua arte macabra. Ficou tão conhecido que foi habilitado a instalar um número de telefone 0900, onde podiam ouvir mensagens gravadas com sua voz clamando por sua inocência, pagando-se 1,99 dólar o minuto. Acredite, muitas pessoas ligavam para ouvir essas mensagens e pagavam por esse serviço.
Com o decorrer dos anos, aguardando as apelações que seus advogados faziam, Gacy divorciou-se, fez psicoterapia, tentou suicídio e se tornou alcoólatra.

Morte

No seu último dia de vida, 10 de maio de 1994, Gacy recebeu a vista de sua família e seus amigos na Penitenciária Stateville em Joliet, Illinois.
A última refeição, escolhida por ele, foi frango frito (Kentucky Fried Chicken), camarão frito, batatas fritas e morangos frescos.
Às 21 h, foi pedido que todos os familiares e amigos se retirassem, mas Gacy poderia ficar até às 23h em companhia de um ministro religioso, se assim fosse sua vontade.
Nesse horário foram iniciados os preparativos finais. Foi oferecido a Gacy um sedativo. Exatamente a 00h01 ele foi retirado de sua cela, amarrado a uma maca e recebeu uma solução salínica intravenosa no braço. Foi dada a ele, então, a chance de pronunciar suas últimas palavras, que foram:
- Kiss my ass! (Beije minha bunda!)
A identidade dos executores sempre é mantida em sigilo, e é um trabalho voluntário. Todas as testemunhas da execução, através de uma janela, observam ser ministrada no condenado uma primeira dose de solução salínica, seguida por outra de sódio tiopental, um anestésico que o faria dormir pela última vez.
Em seguida, o brometo de pancuronium começou a entrar nas veias, para que seu aparelho respiratório fosse paralisado. Na seqüência, o cloreto de potássio pararia seu coração. O processo todo não deveria demorar mais que cinco minutos...
John Wayne Gacy levou dezoito minutos para morrer. O tubo por onde o soro estava sendo ministrado entupiu. Gacy bufou. Tão logo isso aconteceu, os atendentes da câmara da morte fecharam as cortinas em volta dele e começaram a lutar para desentupir o tubo. Trocaram por outro. Os olhos do prisioneiro se abriram pela última vez.
Finalmente, as duas últimas drogas encontraram caminho livre para dentro do corpo de Gacy. O monstro estava morto...
Se pudesse ter assistido ao que se passava do lado de fora, o palhaço Pogo teria adorado o circo que se instalou ali. Todas as redes de radio e televisão estavam no local, alem de espectadores em geral. Quanto mais o relógio se aproximava da meia-noite, mais o povo ali presente cantava, brindava e se comportava como se estivesse num show de rock. Pouquíssimas pessoas estavam ali para protestar contra a pena de morte.
Adolescentes vestiam camisetas com inscrições criativas, como “meus pais vieram à execução de Gacy e tudo o que consegui foi esta estúpida camiseta.”, ou “Nenhuma lágrima para o palhaço.”
Minutos depois da meia-noite, todos começaram a brindar e cantar mais alto. Garotas subiam nos ombros dos namorados, segurando lanternas.
Nada disso diminuiu a tristeza dos pais que perderam os filhos para sempre... Morria, nessa data, o misterioso assassino que se escondia atrás da máscara de um palhaço. Morria ali um louco com uma mortal necessidade de jovens vítimas, e com ele o segredo da identidade de várias delas.
Em 1998, vinte anos após os crimes de Gacy, novas buscas foram feitas num local perto de onde a mãe dele morava. Vários investigadores acreditam que Gacy matou muito mais gente do que o número de corpos encontrados, porém nenhum corpo além dos 33 anteriores jamais apareceu.

Jeffrey Dahmer - Biografia



Nome Completo: Jeffrey Lionel Dahmer
Sexo: Masculino
Data de Nascimento: 21 de maio de 1960
Local de Nascimento: Milwaukee - EUA
Número de vítimas: 17
Motivo: Sexual/Sádico
Data da Morte: 28 de novembro de 1994
Como morreu: Assassinado na prisão por outro preso

História

Jeffrey Lionel Dahmer nasceu em 21 de maio de 1960, na cidade de Milwaukee, Winconsin. Seu pai, Lionel, era químico, e sua mãe, Joyce, instrutora de máquinas de teletipo. Sua gravidez fora bastante difícil. O casal brigava muito e Joyce era vista como uma pessoa hipersensível, com a infância marcada pela presença de um pai alcoólatra. O modelo de casamento do casal Dahmer não animava o filho a um dia se casar. A mudança da família para o Iowa, onde Lionel concluía seu doutorado na Universidade Estadual, uniu-os em torno de um novo objetivo. A felicidade só não era completa porque Joyce era uma mulher muito tensa, dificultando ainda mais a adaptação da família no novo endereço, e Lionel vivia trancado em laboratórios, absorto demais no trabalho e pouco presente nas questões domésticas.
Aos 4 anos de idade, Jeffrey foi submetido a uma cirurgia para extirpar duas hérnias, mas foi enganado quanto ao que ia acontecer, relatando depois que ficou muito assustado ao saber que pessoas estranhas explorariam seu corpo aberto. A operação marcou de forma indelével seu subconsciente? Aparentemente ele vai repeti-la em suas vítimas, abrindo seu tórax e “operando” suas vísceras.
Três acontecimentos pontuaram a vida de Jeffrey aos 6 anos de idade: sua mãe deu a luz um menino, a família mudou-se para Ohio, onde seu pai trabalharia como pesquisador, e ele entrou para a escola. Segundo o relato de seu pai, nessa época ele se tornou extremamente tímido, inseguro, vulnerável e introvertido. Jamais foi muito próximo do irmão, permanecia longos períodos em silêncio e vivia isolado. Estava aterrorizado em ir para a escola e teve dificuldades de se adaptar.
Dos 10 aos 15 anos, sua personalidade sofreu mudanças drásticas. De menino quieto e tímido passou a ser um jovem tenso, rígido e inflexível. Passava horas trancado em casa sozinho e respondia às pessoas monossilabicamente, de forma quase inaudível. Não se engajava em nada, ficava à parte do mundo a sua volta, vivia perdido em fantasias. Segundo o depoimento de algumas pessoas durante o julgamento, nessa época Jeffrey tinha fascínio por animais mortos e os recolhia depois de atropelados em estradas para examiná-los melhor. Fazia cruéis experimentos com animais, decapitando roedores, branqueando ossos de galinha com acido, empalando cabeças de cachorro e espalhando-as como espantalhos na floresta.
No ensino médio, Jeffrey era um aluno acima de média, e participava de algumas atividades: jogava tênis e participava do jornal escolar. Seus colegas, no entanto, o consideravam um alcoólatra solitário que costumava levar licor para a sala de aula.
Na vida familiar as coisas não iam muito bem. As brigas entre Lionel e Joyce aumentaram muito, até que se separaram e iniciaram uma batalha legal pela custodia do segundo filho, David. Lionel logo se casou de novo, e Shari, a segunda esposa, não demorou a perceber que o filho mais velho do marido era, de fato, alcoólatra. Tentando resgatar a saúde do rapaz, insistiram para que cursasse a Universidade Estadual de Ohio, mas o plano falhou logo no primeiro semestre, quando Jeffrey repetiu, conseqüência de ter passado todo o tempo bebendo. Lionel, decepcionado, colocou para o filho duas opções: arrumar emprego ou alistar-se no exército. Jeffrey optou pelo exército.

Primeiro assassinato

Em junho de 1978, Dahmer cruzou a linha de experimentos mórbidos para assassinatos. Sua vítima, Steven Hicks, pedia carona e Dahmer levou-a para casa para um drinque e algumas risadas. Quando Hicks tentou sair, Dahmer atingiu sua cabeça com halteres, estrangulou-o até a morte e então desmembrou e enterrou seu corpo.
Inicia-se ai um ritual que este assassino incrementaria durante os anos em que cometeu os mais atrozes crimes.

Exército e volta aos EUA

Jeffrey passou dois anos servindo o exército na Alemanha, mas foi dispensado por alcoolismo. Não há registros de crimes cometidos por ele nesse país.
Ao voltar para os Estados Unidos, foi preso pela primeira vez, por desordem e embriaguez. Seguindo os conselhos do pai, foi morar na casa da avó em West Asslin, Wisconsin.
Como é comum no histórico de serial killers, a violência de Jeffrey foi aumentando e seu estado emocional se agravou, assim como o alcoolismo. Em 1986 foi processado pelo que, nos Estados Unidos, chama-se de exposição indecente, quando foi preso ao se masturbar na frente de dois meninos.
Em 15 de setembro de 1987, Steven Tuomi desapareceu em Milwaukee, e o mistério não foi resolvido até Dahmer confessar seu assassinato, em 1991. James Doxtator foi o próximo a morrer, em janeiro de 1988, seguido por Richard Guerreiro, em 24 de março. Em setembro de 1988, as horas estranhas de Jeffrey e seus “experimentos” tornaram-se demais para sua avó, que pediu que ele se mudasse. Em 25 de setembro ele encontrou um apartamento em North 25th Street Milwaukee.
No dia seguinte, Dahmer atraiu um garoto de Laos para seu apartamento, acariciou-o e ofereceu dinheiro para uma sessão como modelo nu. A policia foi chamada e Dahmer foi acusado de agressão sexual. Condenado em janeiro de 1989, ele permaneceu livre, pendente de uma sentença formal marcada para maio. Enquanto isso, em 25 de março, Dahmer trucidou a vítima Anthony Sears.
Sentenciado a 5 anos de condicional por molestar crianças, sendo que no primeiro ano ficou dormindo na cadeia, mas podia sair diariamente para trabalhar. Ninguém sabia que ele já era um matador, necrófilo e canibal.
A sessão de mortes foi reassumida com Edward Smith, em junho de 1990. A vítima de julho foi Raymond Smith(nenhuma relação com Edward). Ernest Miller e David Thomas foram cruelmente mortos em setembro. Dahmer matou Curtis Straughter em fevereiro de 1991. Errol Lindsey entrou para a lista em abril, seguido por Anthony Hughes em maio.
Nessa época, Dahmer concebeu a bizarra noção de criar “zumbis”, que seriam seus brinquedos sexuais vivos, obedientes a cada um de seus caprichos. Em vez de usar vodu, Jeffrey optou por uma abordagem mais direta, fazendo buracos na cabeça de vítimas selecionadas, então pingando líquidos cáusticos nas feridas em um esforço para destruir a vontade consciente do sujeito. Não é necessário dizer que a estranha abordagem de neurocirurgia tenha uma taxa de falha de 100%, e que nenhum dos “pacientes” de Dahmer sobreviveu.

Uma vítima quase sobrevive

Entretanto um quase conseguiu. Em maio de 1991, os policiais de Milwaukee atenderam a um chamado na rua em que Jeffrey morava. Ali acontecia uma discussão acalorada entre vizinhos: duas jovens, um homem branco de boa aparência e um rapaz asiático, nu e sangrando. Ao ouvirem os envolvidos souberam que as meninas, um tanto histéricas, os chamaram para que “salvassem” o garoto, que tinham visto correr do vizinho visivelmente aterrorizado. Os policiais envolveram o rapaz em um cobertor e tentaram colher sua versão da história, mas ele estava apático, murmurava palavras incompreensíveis e parecia estar bêbado ou drogado. Por outro lado, o homem loiro estava bastante calmo e controlado e sua versão dos fatos era muito convincente: ele e o asiático eram amantes e exageraram um pouco. Não, o namorado não era menor de idade, já tinha 19 anos, foi o que relatou.
Acompanharam o estranho casal até o apartamento indicado pelo homem, sentiram um cheiro estranho, mas foi só. As roupas do rapaz estavam dobradas sobre o sofá e tudo se achava em perfeita ordem. Se a polícia tivesse feito o seu trabalho com competência, saberia que o dono do apartamento tinha antecedentes criminais em abuso sexual de menores em 1988; por uma infeliz coincidência sua vítima no caso anterior era irmão da atual, que tinha apenas 14 anos. Tratava-se de Konerak Sinthasomphone, laociano, que dias depois teria publicada a sua foto no jornal como desaparecido.

Continuam os crimes

A causa da destruição continuou: Matt Turner, morto em 30 de junho; Jeremiah Weinberg, em 7 de julho, Oliver Lacy, em 15 de julho; Joseph Brandehoft, em 19 de julho. Além do estupro, assassinato e desmembramento das vítimas, Dahmer também experimentou canibalismo com pelo menos um corpo, embora negasse ser isso sua prática comum.

Finalmente preso


Em julho de 1991, dois policiais que faziam sua ronda perto da Universidade de Marquette, em Milwaukee, prenderam um homem negro que corria pelas ruas ainda algemado, com a certeza de que se tratava de um fugitivo. Ele contava uma estranha história de que estava num encontro homossexual quando o parceiro o algemou e estava tentando matá-lo. Apesar de descrentes e sem nenhuma vontade de se envolver numa briga de casal, acompanharam o rapaz que se identificou como Tracy Edwards ao endereço indicado por ele.
Ao chegar ao local localizado no número 2357 da South 57th Street, foram atendidos por um educadíssimo homem que morava no apartamento 213. Ele confirmou que Edwards estava se encontrando com ele e foi até o quarto buscar as chaves da algema. Policias e vítima estavam aguardando, quando esta última se lembrou de uma faca que se achava no quarto. Um dos policiais,sem demora, seguiu no encalço do dono do apartamento pelo corredor, mas foi pego de surpresa pela decoração das paredes. Eram cobertas de fotografias do tipo polaróide, mas não de paisagens ou pessoas, e sim de cadáveres, vísceras, sangue, cabeças decepadas. Antes que pudesse dar voz de prisão a Jeffrey Dahmer, este tentou enfrentá-lo, mas foi subjulgado. As surpresas dentro do apartamento deste assassino estavam prestes a serem descobertas e deixarem muitas pessoas atônitas e perplexas.
Na geladeira, sobre a prateleira central estava uma cabeça em estado avançado de decomposição. No congelador foram apreendidas mais três cabeças escalpeladas e acondicionadas em sacos plásticos amarrados com elásticos. Também foram encontrados recipientes de metal contendo mãos e pênis decompostos. No armário, frascos com álcool etílico, clorofórmio e formol, junto com outros onde jaziam genitálias masculinas preservadas. Na pia da cozinha havia um torso humano rasgado do pescoço até a pélvis. Na tábua de carne ao lado, um pênis fatiado, pronto para ir para a panela. Também foram apreendidos dois tonéis com capacidade de 189,5 litros, repletos de torsos humanos apodrecendo.
No apartamento de Jeffrey Dahmer foram identificados os restos mortais de 11 vítimas diferentes; 11 crânios, um esqueleto completo, ossos em geral, mãos, genitais embalsamados e pacotes de corações, músculos e outros órgãos mantidos no ácido ou refrigerador.



Julgamento

Em 22 de agosto de 1991, Dahmer foi indiciado em 15 acusações de assassinato. Em seu julgamento, iniciado em 30 de janeiro de 1992, presidia os trabalhos o juiz Laurence C. Gram Jr., acompanhado do promotor Michael MacCann, e defendendo o réu o advogado Gerald Boyle, que já havia feito sua defesa anteriormente no processo de abuso infantil.
Desobedecendo à orientação de seu advogado, em 13 de julho de 1992, Dahmer se declarou culpado dos crimes pelos quais era acusado. Só restava para a defesa que ele fosse considerado mentalmente insano.
Enquanto a defesa alegava que só um louco poderia ter cometido crimes hediondos da natureza daqueles descritos ali, a acusação demonstrava a frieza da premeditação e a complexidade do planejamento ali envolvidas.
O advogado de defesa apresentou 45 testemunhas que atestaram o comportamento estranho de Dahmer, suas desordens mentais e sexuais que o impediam de entender a natureza de seus crimes. A acusação demonstrou que ele era perfeitamente capaz de controlar suas vontades, uma vez que não havia matado nenhum soldado no tempo em que servira o exército ou colega quando frequentara a escola.
Psiquiatras depuseram por ambas as partes. Não se chegava a um consenso; cada um dissertava sobre um ponto de vista diferente. A grande discussão entre os profissionais envolvidos, se o réu era capaz ou não de controlar suas ações, chegou a confundir o júri.
A defesa alegou que “...crânios trancados, canibalismo, ímpetos sexuais, perfurações, fazer zumbis, necrofilia, alcoolismo, tentar criar santuários, lobotomias, decomposição de cadáveres, taxidermia, idas ao cemitério, masturbação,... este era Jeffrey Dahmer, um trem desembestado nos trilhos da loucura!”
A acusação disse: “Ele não era um trem desembestado, ele era engenheiro! Senhoras e senhores, ele enganou muitas pessoas. Por favor, não deixem que este horrível matador os engane.”
O júri deliberou por apenas cinco horas e considerou Jeffrey Dahmer legalmente são, culpado pelas múltiplas acusações de homicídio. Foi sentenciado a 15 prisões perpetuas consecutivas ou um total de 957 anos de reclusão.
Diante da sentença, Dahmer fez a seguinte declaração na Corte:

Meritíssimo
Agora está terminado. Este nunca foi o caso em que tentei me libertar. Eu nunca quis a liberdade. Francamente, queria a morte para mim mesmo. Este caso é para dizer ao mundo que fiz o que fiz, mas não por razões de ódio. Não odiei ninguém. Eu sabia que era doente, ou perverso, ou ambos. Agora acredito que era doente. Os médicos me explicaram sobre minha doença e agora tenho alguma paz... Sei quanto mal causei... Graças a Deus não haverá mais nenhum mal que eu possa fazer. Acredito que somente o Senhor Jesus Cristo pode me salvar dos meus pecados... Não estou pedindo por nenhuma consideração.

Morte

Na prisão, Dahmer recusou as ofertas de custódia protetora, apesar de muitas ameaças contra sua vida. Em 3 de julho de 1994, outro condenado tentou cortar sua garganta na capela da prisão, mas Dahmer saiu do incidente com apenas pequenos arranhões e recusou-se a registrar a acusação. Cinco meses depois, em 28 de novembro, ele estava limpando um banheiro adjacente ao ginásio da prisão quando outro membro do serviço, Christopher Scarver, de 25 anos, apanhou uma barra de ferro de uma máquina de ginástica próxima e atingiu a cabeça de Dahmer, matando-o instantaneamente. Um outro interno, Jessé Anderson, de 37 anos, foi mortalmente ferido no mesmo ataque, morrendo dois dias depois. Suspeitou-se inicialmente de motivo racial no assassinato por Scarver, como muitas das vítimas de Dahmer, ser negro, mas um olhar mais apurado determinou que o assassino estava perturbando, acreditando ser o “filho de Deus” atuando por ordem de seu pai.

Seguem as discussões familiares depois da morte

Após a sua morte, foi criada uma grande controvérsia sobre a doação de seu cérebro para estudos da medicina. Depois da necropsia, o cérebro e outras amostras de tecido ficaram sob os cuidados e supervisão do Dr. Robert W. Huntington, na University of Wisconsin Medical School.
Joyce Flint, ex-Dahmer, tentou contatar o pai de seu filho para submeter esses tecidos a um estudo cientifico conduzido pelo Dr. Jonathan Pincus, da Georgetown University School of Medicine, uma vez que o Dr. Huntington não liberaria o material sem autorização legal. O Dr. Pincus escreveu uma carta na qual pedia o cérebro de Jeffrey Dahmer, que representava “uma chance sem paralelos de possivelmente determinar que fatores neurológicos poderiam ter contribuído para seu bizarro comportamento criminal.”
O Dr. Huntington respondeu que preferia conduzir com extremo cuidado o estudo do cérebro de Jeffrey Dahmer no McLean Hospital, em Boston. Acrescentou que não estava familiarizado com o Dr. Pincus e seus estudos, e sua preocupação era relativa aos escrúpulos que seriam exercidos contra qualquer conclusão prematura. Na opinião dele, o cérebro de Dahmer deveria ser comparado a cérebros de pessoas consideradas normais e daquelas que houvessem agido demonstrando severo comportamento anti-social. Analisar esse cérebro de forma única e isolada e concluir algo sobre esse exame poderia ser perigoso e anticientífico. Se o Dr. Pincus concordasse com essas condições, o Dr. Huntington não veria problemas em encaminhar o material.
O juiz Daniel S. George tinha muitas dúvidas sobre toda essa questão. Jeffrey Lionel Dahmer deixou, por escrito, suas últimas vontades. No testamento estava determinado que seu corpo deveria ser cremado tão cedo quanto possível, e que não houvesse nenhuma cerimônia funerária antes ou depois da cremação.
Joyce Flint, representada por advogado, queria autorização judicial para que o Dr. Pincus realizasse seus estudos, que trariam benefícios públicos consideráveis, além de respostas para os parentes de Jeffrey. Lionel Dahmer não concordava, queria que a vontade do filho prevalecesse. O advogado de Joyce alegava que ele não parecia tão preocupado em seguir a última vontade do filho quando realizou uma cerimônia após a cremação. Lionel argumentou que a cerimônia foi estritamente familiar e não pública.
Em 12 de dezembro de 1995, o juiz George ordenou que o cérebro de Jeffrey Lionel Dahmer fosse cremado.

Ted Bundy - Biografia



Nome Completo: Theodore Robert Cowell (Bundy)
Sexo: Masculino
Data de Nascimento: 24 de novembro de 1946
Local de nascimento: Vermont – EUA
Número de vítimas: 35 +
Motivo: Sexual/Sádico
Data da Morte: 24 de janeiro de 1989
Como morreu: Cadeira Elétrica

História

Theodore Robert Cowell nasceu em 24 de novembro de 1946 em uma residência para mães solteiras em Vermont, e nunca conheceu seu pai, descrito vagamente por Louise Cowell (mãe de Ted) como um segurança com quem ela saiu diversas vezes. A pobreza forçou Louise e seu filho recém nascido a viverem com seus rigorosos pais na Filadélfia, onde Ted passou os primeiros quatro anos de sua vida achando que Louise era sua irmã.
Uma manhã, bem cedo, quando Ted tinha apenas 3 anos, sua tia, 15 anos, acordou e encontrou-o levantando seus cobertores e enfiando facas de açougueiro na cama ao seu lado. “Ele apenas parou ali e sorriu”, ela comentou. “Mandei-o sair do quarto, levei as facas de volta para a cozinha e contei a minha mãe o que havia acontecido. Lembro-me de pensar naquela época que fui a única que achou isso estranho. Ninguém fez nada”.
Em 1950, Louise e Ted mudaram-se para Tacoma, Washington, onde ela conheceu e casou-se com John Bundy em maio de 1951. Apesar das boas notas na escola, a ficha de Ted estava cheia de observações de seus professores aludindo ao seu temperamento explosivo e imprevisível. Quando terminou a escola secundária, Ted era um masturbador compulsivo e um voyeur espreitando à noite, preso duas vezes pelas autoridades juvenis sob a suspeita de arrombamento e roubo de carro. Em 1967, aos 21 anos, Ted se apaixonou por uma garota de classe mais alta que a dele. Esquiavam, viajavam, um namoro como tantos outros. Foi o grande amor da vida de Ted, mas um ano depois ela o dispensou, rejeição da qual ele não se recuperou. Depois de perder o gosto pelos estudos e amargar uma depressão, tentou ainda manter contato com ela de forma obsessiva, mas a jovem não tinha mais nenhum interesse no relacionamento.
Para agravar sua precária situação emocional, foi nesse mesmo ano que Ted descobriu que sua irmã Louise na verdade era sua mãe e que seus avós não eram seus pais. Depois da descoberta tornou mais frio e com uma maior necessidade de estar no controle. Sua busca em ser o melhor em tudo parecia interminável, retomou os estudos e graduou-se em psicologia com honra ao mérito.
Em 1969, começou seu relacionamento com Meg Anders e foi morar com ela, mas continuava seus eventuais contatos com a primeira namorada. Começou a estudar direito, trabalhava em campanhas políticas para o Partido Republicano e em 1970 chegou a ser condecorado pelo Departamento de Policia de Seattle.
Em 1973, durante uma viagem para o Partido Republicano, Ted e a primeira namorada se reencontraram, na Califórnia. Fez de tudo para reconquistá-la e conseguiu, só para logo depois descartá-la da mesma maneira que ela havia feito com ele no passado. Meg Anders nunca soube do duplo relacionamento, e a moça da Califórnia não ouviu mais falar dele.

Os Crimes

Linda Healy foi a primeira vítima. Em 31 de janeiro de 1974, ela desapareceu de sua residência em Seattle, deixando lençóis ensaguentados e uma camisola manchada de sangue pendurada em seu armário. A várias quadras de distância a jovem Susan Clarke foi assaltada, agredida com cassetete em sua cama algumas semanas antes, mas sobreviveu aos ferimentos e se recuperou. Quanto a Linda Healy, 21 anos desapareceu sem deixar vestígios.
A polícia ainda não tinha nenhuma evidência persuasiva de qualquer padrão, mas este não demoraria a surgir. Em 12 de março, Donna Gail Manson, 19 anos, desapareceu a caminho de um concerto em Olympia, Washington. Em 17 de abril, Susan Rancourt, de 18 anos, desapareceu em seu caminho para assistir a um filme alemão em Ellensburg. Em 6 de maio, Roberta Parks, 22 anos, não voltou de um passeio tarde da noite na vizinhança de Corvallis. Em 1º de junho, Brenda Ball, 22 anos, deixou a Taverna Flame de Seattle com um homem desconhecido e desapareceu como se fosse no ar. Dez dias depois, Georgeann Hawkins, 18 anos, entrou para a lista de mulheres desaparecidas, perdida em algum lugar entre o apartamento de seu namorado e sua casa na irmandade em Seattle.
Agora os detetives tinham seu padrão. Todas as mulheres desaparecidas eram jovens, atraentes, com cabelos escuros na altura dos ombros e repartidos no meio. Em suas fotos, colocadas lado a lado, elas poderiam ser consideradas irmãs, algumas gêmeas. Os investigadores de homicídios ainda não tinham um corpo, mas recusavam-se a alimentar falsas ilusões de um final feliz para o caso. Havia tantas vítimas, e o pior ainda estava por vir.
Em 14 de julho, uma multidão reuniu-se nas areias do lago Sammamish para aproveitar o sol e esportes aquáticos de verão. Quando o dia terminou, dois nomes mais seriam anexados à crescente lista de mulheres desaparecidas: Janice Ott, de 23 anos e Denise Naslund, de 19 anos, cada uma desaparecendo da vista de seu grupo de amigo mas dessa vez a polícia possuía um tênue indício. Pessoas que passavam pelo local lembraram-se de ver Ott conversando com um homem que usava tipóia em um dos braços e escutaram-no apresentar-se como Ted. Com este relatório em mãos os detetives descobriram outras testemunhas femininas que foram abordadas por Ted no lago Sammamish. Em cada caso, ele tinha pedido ajuda para prender um barco a vela ao seu carro. As mulheres, com sorte, tinham recusado, mas uma tinha seguido Ted até o local onde seu pequeno Fusca da Volkswagen estava estacionado. Não havia sinal de barco a vela e sua explicação – que o barco teria que ser retirado de uma casa no alto da montanha – levantou suspeitas, induzindo-as a deixar o estranho.
A polícia agora tinha uma boa descrição de sua presa e de seu carro. Eles publicaram referências a Ted, inspirados em uma grande quantidade de chamadas relatando suspeitos, um deles referindo-se a um estudante de faculdade Ted Bundy. As autoridades verificaram cada indício a medida que o tempo permitia, mas Bundy era considerado “muito limpo”, um estudante de direito e um jovem republicano. Tantos telefonemas relatando suspeitos foram feitos por rancor ou simplesmente excesso de zelo, e o nome de Bundy foi deixado de fora como o de muitos outros, momentaneamente esquecidos.
Em 7 de setembro, caçadores encontraram um tumulo provisório em uma montanha arborizada, a muitos quilômetros do lago Sammamish. Foram solicitados registros dentários para finalmente identificar os restos de Janice Ott e Denise Naslund; o esqueleto de uma terceira mulher, encontrado com os outros, não pôde ser identificado. Cinco semanas depois, em 12 de outubro, outro caçador encontrou os ossos de mais duas mulheres no Distrito de Clark. Uma vítima foi identificada como Carol Valenzuela, 20 anos, desaparecida havia dois meses de Vancouver, Washington, na fronteira com Oregon, novamente a segunda vítima permaneceria desconhecida, registrada nos arquivos como “Jane Doe” (Nome dado à pessoa do sexo feminino não identificada). A polícia estava otimista, esperançosa de que a descoberta das vítimas levaria, no devido tempo, ao assassino, mas não tinha meios de saber que seu homem já havia escapado, movendo-se à procura de um terreno de caça mais seguro e de outras presas.
O terror chegou a Utah em 2 de outubro de 1974, quando Nancy Wilcox, 16 anos, desapareceu na cidade de Salt Lake. Em 18 de outubro, Melissa Smith, 17 anos, desapareceu em Midvale; seu corpo, estuprado e espancado, seria desenterrado nas montanhas Wasatch nove dias depois. Laura Aimeed, 17 anos, entrou para a lista de desaparecidos em Orem, em 31 de outubro, enquanto caminhava para casa, fantasiada para uma festa de Halloween. Um mês se passaria antes que seu corpo desfigurado e violado fosse descoberto. Um homem tentou raptar Carol Da Ronch em um Shopping da cidade de Salt Lake, em 8 de novembro, mas ela conseguiu escapar antes que ele pudesse colocar um par de algemas em seus pulsos. Naquela noite Debbie Kent, 17 anos, foi raptada de um auditório na escola secundária de Viewpoint, na cidade de Salt Lake.
As autoridades de Utah mantiveram comunicações abertas com a polícia de outros estados, inclusive Washington. Eles puderam observar que um suspeito de Seattle, Ted Bundy, freqüentava a faculdade em Utah, quando os desaparecimentos locais ocorreram, mas estavam procurando por um homem louco e não um estudante de Direito sóbrio e bem vestido que parecia ter conexões políticas em Seattle. Bundy estava sob suspeita, mas foi novamente esquecido.
Com o ano novo, o Colorado entrou para a lista de campos de caça para um assassino ardiloso que aparentemente selecionava as vítimas por seu estilo de cabelo. Caryn Campbell, 23 anos, foi a primeira a desaparecer de um alojamento de esqui em Snowmass, em 12 de janeiro; seu corpo estuprado e quebrado seria encontrado em 17 de fevereiro. Em 15 de março, Julie Cunningham, 26 anos, desapareceu a caminho de uma taverna em Vail. Um mês depois desse dia, Melanie Cooley, de 18 anos, foi dada como desaparecida enquanto andava de bicicleta em Nederland. Em 1º de julho, Shelly Robertson, 24 anos, foi acrescentada à lista de desaparecidas em Golden; seu corpo foi encontrado em 23 de agosto, descartado em um poço de mina.Primeira prisão
Em 16 de agosto de 1975, o Sargento Bob Hayward fazia uma patrulha de rotina próximo a Salt Lake County, quando avistou um veículo suspeito. Morador antigo da região, conhecia quase todo mundo ali, e nunca viu aquele fusca amarelo antes. Ao dar o sinal para que o motorista do veículo encostasse, este apagou as luzes do farol e acelerou mais. Hayward pôs-se a perseguir o veículo que finalmente encostou em uma parte da estrada. O sargento pediu a identificação e carteira de motorista, que mostrava Theodore Robert Bundy como o proprietário do carro. Ao verificar o interior do veículo, notou que não tinha o banco de trás, e ali identificou diversos itens suspeitos: uma barra de ferro, um par de meias de náilon com buracos para os olhos, uma máscara de esqui, cordas, algemas, fios, um picador de gelo, material para arrombamento. O porta-luvas revelou recibos de gasolina e mapas que ligaram o suspeito a uma lista de resorts de esqui no Colorado, incluindo Vail e Snowmass. Bundy foi imediatamente algemado e preso por suspeita de roubo.
Em outubro de 1975, Carol DaRonch foi convidada para fazer um possível reconhecimento no departamento de polícia de Utah. Em uma fila de sete homens reconheceu Bundy como o homem que a havia abordado em novembro passado e seu testemunho foi suficiente para indiciá-lo em uma acusação de tentativa de rapto.



 Primeiro julgamento
Em 23 de fevereiro de 1976 Ted foi levado a julgamento pelo seqüestro de Carol DaRonch. Bundy se sentou de uma maneira relaxada no tribunal, confiante de que ele seria considerado inocente das acusações. Ele acreditava que não havia provas suficientes para condená-lo. Mas estava enganado. O juiz passou o fim de semana analisando o caso antes de entregar o veredicto. Dois dias depois, iria considerar Bundy culpado e então o condenar a quinze anos de prisão com possibilidade de condicional, por sequestro agravado e tentativa de homicídio. Na prisão, Bundy foi submetido a uma avaliação psicológica solicitada pelo tribunal. No livro “A Stranger Beside me”, Anne Rule, uma das psicólogas que o avaliaram disse que Bundy foi diagnosticado como "psicótico, neurótico, vítima de doença cerebral orgânica, alcoólatra, viciado em drogas, que sofre de uma personalidade desajustada, um tipo amnésia, depressivo, e com um desvio de conduta sexual. Os psicólogos concluíram que ele tinha uma forte dependência por mulheres, e deduziram que ele tinha um medo de ser humilhado em qualquer relacionamento com as mulheres."
Enquanto Bundy estava detido na Prisão Estadual de Utah, os investigadores tentavam coletar provas que o ligassem aos assassinatos de Caryn Campbell e Melissa Smith. Fios de cabelo encontrados em seu carro foram examinados por peritos do FBI, que concluíram que eram similares aos cabelos das vítimas. As marcas de ferimentos deixadas na cabeça de Campbell também combinavam com a barra de ferro encontrada no fusca de Bundy. No fim de 1976, ele foi formalmente acusado pelo assassinato de Caryn Campbell, no estado do Colorado.

Primeira fuga

Em 1977, aproveitando a transferência de penitenciária para o Colorado, onde aguardaria o próximo julgamento, Bundy solicitou licença especial para pesquisar na biblioteca da cidade de Aspen, uma vez que defenderia a si mesmo. Enquanto estava na biblioteca Bundy conseguiu saltar de uma janela aberta, ferindo seu tornozelo na queda, e fugiu para a liberdade. Facilmente ele conseguiu se ocultar entre os cidadãos comuns da cidade de Aspen. Essa fuga havia sido planejada por Ted já àlgum tempo. A Polícia de Aspen agiu rapidamente, criando bloqueios em torno da cidade, afim de manter Ted dentro dos limites da cidade antes que ele se escondesse nas montanhas, e de lá, fugisse para algum lugar distante. As autoridades lançaram uma enorme operação de busca pelo local, utilizando até mesmo cães farejadores, equipamentos de busca e cerca de 150 homens na esperança de recuperar Ted. Ele ficou em liberdade durante seis dias. Bundy precisava de um automóvel, o que lhe permitiria contornar as barreiras policiais e fugir para longe. Ele não podia se esconder em Aspen para sempre. Ted acreditava que estava destinado a ser livre. Bundy conseguiu encontrar um carro com as chaves na ignição . Mas dessa vez a sorte não estava do seu lado. Ao tentar fugir de Aspen, o veículo foi interceptado como sendo roubado, e Ted Bundy foi capturado outra vez. A partir de então, ele foi condenado a usar algemas nas mãos e grilhões nos pés enquanto conduzia sua pesquisa na biblioteca em Aspen. No entanto, Bundy não era o tipo de homem que gostava de ser amarrado.



Segunda fuga

Quase sete meses depois da fuga fracassada, Bundy tentou uma nova fuga, mas desta vez ele foi bem sucedido. Em 30 de dezembro de 1977, foi conduzido para uma outra cela do presídio Garfield County. Ele conseguiu identificar uma abertura de um duto de ventilação no teto que levava para dentro do armário de um zelador no almoxarifado. Ted se arrastou até lá, se sentou. Esperou tranqüilamente até ter a certeza de que o prédio estava vazio e, em seguida, saiu calmamente para fora pela porta da frente. Quando descobriram que o prisioneiro não estava em sua cela na Garfield County, ele já estava longe.
Em 1978, instalou-se na Flórida sob a identidade de Chris Hagen e alugou um apartamento de apenas um quarto em Tallahassee. Nessa cidade ninguém sabia nada sobre ele ou seu passado.

Novos crimes

Na noite de 14 de janeiro de 1978, invadiu a casa da Fraternidade Chi Ômega , vestido de preto e armado com uma pesada clave de madeira. Ali atacou Karen Chandler, de quem quebrou os dentes, a mandíbula e o crânio, além de esmagar-lhe os dedos e ter provocado vários cortes. Kathy Klein também foi atingida. Estava viva, mas em péssimo estado. Tinha lacerações e furos por toda a face, seus dentes estavam quebrados, a mandíbula fraturada em três locais e mostrava a marca de uma chicotada no pescoço.
Quando a polícia chegou ao local, constataram que Lisa Levy, 20 anos, e Margaret Bowman, 21 anos, estudantes moradoras da Fraternidade, estavam morta, elas foram atacadas enquanto dormiam. A necropsia revelou que Lisa havia sido espancada na cabeça com um pedaço de pau, estuprada e estrangulada. Sua clavícula esquerda estava fraturada. Encontraram também marcas de mordidas na sua nádega esquerda e no mamilo direito. Dentro da vagina da garota encontraram um frasco de spray para cabelo.
A necropsia de Margaret Bowman mostrou que ela havia sofrido os mesmos tipo de ferimentos fatais de Lisa, mas não tinha sido mordida ou estuprada, e sim estrangulada com uma cinta-liga, encontrada mais tarde no local do crime. Nem Lisa nem Margaret mostravam sinais de luta com seu agressor.
Naquela noite a polícia trabalhou bastante. Ainda quando atendiam as estudantes da Fraternidade Chi Ômega chegou outro chamado, de um local não muito longe dali. Outra moça fora atacada, Cheryl Thomas, que sobreviveu mesmo depois de sofrer cinco fraturas no crânio, fratura na mandíbula e deslocamento do ombro esquerdo. Ficou surda permanentemente e jamais voltou a conseguir manter o equilíbrio, por causa de danos neurológicos. A única evidencia válida que encontraram foi uma mascara de esqui aos pés da cama.
Em 6 de fevereiro, Ted roubou uma van e dirigiu para Jacksonville. Três dias depois, Kimberly Leach, 12 anos, desapareceu na vizinhança da escola; ela foi encontrada na primeira semana de abril, com seu corpo descoberto próximo ao Suwanee State Park. Alguns dias depois, Bundy aproximou-se da menina Leslie Parmenter, 14 anos, enquanto ela esperava que o irmão viesse buscá-la na escola. Ted disse ser do Corpo de Bombeiros e perguntou se a garota estudava na escola ao lado. Leslie era uma menina bem preparada para enfrentar a violência. Filha do chefe dos detetives da polícia de Jacksonville, estranhou o fato de o “bombeiro” estar trabalhando à paisana e não respondeu, mas anotou a placa do carro dele e foi embora com o irmão. Ao chegar em casa, contou toda a história para o seu pai, além de entregar a ele suas anotações. Ao checar a placa do veículo, o detetive James Parmenter descobriu que o carro era roubado e levou os filhos até a delegacia para que vissem álbuns de fotografias de procurados. Os irmãos reconheceram Ted Bundy logo que viram o seu retrato.
A essa altura dos acontecimentos, o criminoso já havia roubado outro carro, desta vez um fusca cor de laranja, e rumava para a cidade de Pensacola. Como em Salt Lake, anos antes, em 15 de fevereiro um patrulheiro local estranhou aquele carro rondando sua vizinhança e resoloveu verificar as placas por rádio. Quando soube que se tratava de veículo roubado, perseguiu-o até capturá-lo.
A equipe de investigação encontrou várias provas do envolvimento de Ted Bundy no assassinato de Kimberly Leach:
A van roubada foi encontrada e fibras da roupa do suspeito foram achadas ali.
Sangue do mesmo grupo sanguíneo da vítima no tapete do veículo.
Na roupa da menina, que havia sido encontrada junto ao corpo, foram constatadas manchas de sêmen do mesmo tipo sanguíneo do suspeito.
As pegadas que haviam sido moldadas a partir das marcas no solo do local do crime também combinavam perfeitamente com os sapatos que Bundy usava.


Julgamentos
Em 31 de julho de 1978, Theodore Robert Bundy foi acusado do assassinato de Kimberly Leach. Logo depois, foi acusado também pelas mortes de Lisa Levy e Margaret Bowman, da Fraternidade Chi Ômega.
Foram marcados dois julgamentos para Ted Bundy, o primeiro para 25 de junho de 1979 em Miami pelos crimes cometidos na Fraternidade Chi Ômega, e o segundo para janeiro de 1980 na cidade de Orlando pelo assassinato de Kimberly Leach.
Em Miami, Bundy defendeu-se sozinho. Era muito arrogante e autoconfiante em sua habilidade em convencer o júri de sua inocência, mas estava completamente enganado: o testemunho de Nita Neary, que o reconheceu com o homem que descia as escadas da Fraternidade com um pedaço de pau na mão, e o testemunho técnico do odontologista Dr. Souviron, destruíram suas mentiras. Enquanto depunha, o Dr. Souviron descreveu as marcas de mordidas encontradas no corpo de Lisa Levy e mostrou fotografias em escala natural, tiradas na noite do assassinato. As fotos foram comparadas com moldes odontológicos de Bundy, e combinavam nos detalhes únicos e individuais de cada ser humano. Para ele não havia nenhuma dúvida de que o autor daquelas mordidas em Lisa Levy era o réu.
Em 23 de julho de 1979, depois de quase sete horas de deliberação, o júri considerou Ted Bundy culpado. O réu ouviu seu veredicto sem nenhum sinal de emoção. Ele também foi considerado culpado dos ataques contra Kathy Kleiner e Karen Chandler. No estado da Flórida, é habitual o julgamento ser realizado separado da condenação. Uma semana depois, na audiência para sentenciamento, Louise Bundy foi ouvida e pediu pela vida do filho, mas de nada adiantou. Ele foi condenado a morte em cadeira elétrica.
Em 7 de janeiro de 1980, iniciou-se o ultimo julgamento de Ted Bundy, agora pelo assassinato de Kimberly Leach. Dessa vez ele não se defendeu sozinho. O trabalho foi feito pelos advogados Julius Africano e Lynn Thompson. A estratégia era provar a insanidade do acusado.
A promotoria não esperava dificuldades em condená-lo. Apresentou 65 testemunhas que conectavam o réu a vítima no dia de seu desaparecimento, conexão direta ou indireta.
Theodore Robert Bundy foi mais uma vez considerado culpado e condenado a morte em cadeira elétrica, mas não sem antes surpreender a todos na fase de definição da sentença. Ao entrevistar a testemunha de defesa Carole Ann Boone, os dois trocaram votos de casamento. Na Flórida, todo o acordo que se faz verbalmente sob juramento é suficiente para oficializá-lo, e réu e testemunha estavam agora casados legalmente.Apelações e execução
Demorou quase uma década para que a justiça fosse feita. Ted protelou sua execução com repetidas apelações frívolas que foram até a Suprema Corte dos Estados Unidos em Washington. Entre manobras legais, ele passava o tempo em entrevistas para a mídia, pequenas conversas na prisão com o colega sadista Gerard Schaefer e breves consultas com as autoridades de Washington no caso ainda não resolvido do “ Assassino de Green River”. A sorte e a vida de Ted acabaram em 24 de janeiro de 1989, quando foi executado, aos 42 anos. Na sua última refeição, comeu um filé, ovos, purê de batatas e café.
Suas últimas palavras foram dirigidas à sua mãe. Ele desculpou-se por ter infligido a ela aquela dor e disse que um lado seu estava escondido o tempo todo. Do lado de fora, uma multidão gritava “Frite, Bundy, Frite!”. Em Tallahassee e Jacksonville, os habitantes se levantaram na hora da execução para acenderem uma vela em comemoração à sentença justa para o homem que matara várias de suas meninas.
Por ironia, foi uma mulher de longos cabelos negros repartidos ao meio que baixou a chave que ligou a cadeira elétrica e deu fim à sua vida.


Casos não resolvidos

Anne Marie Burr, 9 anos. Desapareceu em agosto de 1961, em Tacoma, Washington. Sua casa ficava a apenas 10 quarteirões do garoto Ted Bundy, então com 15 anos, e Anne o seguia por toda parte. Acordou numa certa noite para dizer aos pais que sua irmã não estava se sentindo bem, e voltou para a cama. No dia seguinte, tinha desaparecido para sempre. A janela que dava para a frente da residência estava aberta.
Lonnie Trumbell, assassinada em 23 de junho de 1966, em Seattle, Washington. Foi espancada com brutalidade juntamente com sua colega de quarto. Não sobreviveu ao ataque.
Lisa Wick, atacada em 23 de junho de 1966, em Seattle, Washington. Era aeromoça da United Airlines. Foi atacada de forma ferroz, e só sobreviveu, provalvemente, porque dormia com os cabelos enrolados com grandes bobbies de espuma.
Rita Curran, assassinada em 19 de julho de 1971, em Burlington, Vermont. Está tímida moça tinha longos cabelos escuros, era professora de crianças deficientes e, nas férias, trabalhava de arrumadeira num hotel vizinho à casa onde Ted Bundy nasceu. Seu corpo nu foi encontrado por sua colega de quarto. Ela foi gravemente espancada, estrangulada e estuprada.
Katherine Merry Devine, tinha 15 anos e foi vista pela última vez em Seattle, Washington, em 25 de novembro de 1973 pegando uma carona rumo ao Oregon. Em 6 de dezembro de 1976, um casal que passeava no Parque McKenny deparou-se com o que parecia serem os restos mortais de uma pessoa. Chamou a polícia. Depois de examinada pelos médicos legistas, Kathy Devine foi identificada. Segundo o relatório da necropsia, morreu logo após iniciar sua jornada. A decomposição do corpo dificultou o estabelecimento da causa da morte, mas evidências sugerem que foi sodomizada e estrangulada. Também é possível que sua garganta tenha sido cortada. Sempre se acreditou que ela tivesse sido mais uma vítima de Ted Bundy.
Em 2002, quase trinta anos depois de seu assassinato e treze anos depois da execução de seu suposto assassino, está vítima foi oficialmente retirada da lista de pessoas mortas por Bundy. Exames de DNA efetuados em amostras de sêmen guardadas por três décadas ligaram o crime a outro condenado, William E. Cosden Jr., 55 anos. Cosden foi condenado em 1976 e cumpria sentença de quarenta e oito anos por estupro, em Washington.